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“Estranhos sintomas” que afligiam diplomatas em Cuba podem ter sido causados por pesticidas

Rolando Pujol / EPA

Embaixada dos EUA em Havana, Cuba

A misteriosa origem dos estranhos sintomas (entre eles, zumbidos, tonturas, náuseas, perdas de audição e de memória e outras dificuldades cognitivas) que afligiram diplomatas canadianos e norte-americanos em Cuba entre 2016 e 2018 dever-se-á a algo mais óbvio: neurotoxinas.

Em julho, uma investigação norte-americana já tinha identificado algumas “anormalidades” neurológicas. Agora a causa poderá ter sido encontrada. Um estudo realizado por cientistas canadianos do Brain Repair Center do Universidade Dalhousie e do Departamento de Saúde da Nova Scotia aponta para produtos químicos usados no combate aos insetos, noticiou esta segunda-feira o Expresso.

Em particular, o alvo eram os mosquitos que provocam o vírus Zika. Numa altura em que esse flagelo grassava na zona, o Governo cubano tinha um programa intensivo para o combater, e as residências de diplomatas eram fumigadas a cada duas semanas.

Embora a administração Trump insinuasse que havia uma “arma acústica” secreta e tenha chegado a retaliar expulsando diplomatas, o líder do estudo agora publicado, Alon Friedman, disse à televisão pública canadiana que a explicação aponta noutro sentido. “Há tipos muito específicos de toxinas que afetam estes sistemas nervosos, e são inseticidas, pesticidas, organofosfatos – neurotoxinas específicas”.

O estudo examinou algumas dezenas de pessoas, incluindo um grupo de controle de não-residentes em Cuba, e mesmo um cão. As conclusões – provisórias, por enquanto – baseiam-se sobretudo em radiografias ao cérebro e análises ao sangue.

Enquanto se espera pela oportunidade de alargar os testes a uma parte maior da população, talvez o estudo canadiano possa contribuir para alguma redução dos sintomas de tensão diplomática, sublinhou o Expresso.

TP, ZAP //

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