Trump mostra mapa da trajetória do Dorian riscado para validar tweet errado

O presidente dos Estados Unidos chamou os jornalistas à Sala Oval para falar sobre o percurso previsto do furacão Dorian, mas mostrou um mapa alterado com uma caneta preta.

Esta quarta-feira, na Sala Oval, durante uma conferência relativa ao furacão Dorian, que já fez mais de 20 mortos nas Bahamas, Trump mostrou um mapa datado de 29 de agosto do Centro Nacional de Furacões que mostrava a intensidade do furacão e também o trajeto que este devia seguir.

“Este era o gráfico original e vê-se que atingirá não apenas a Florida, mas a Geórgia”, afirmou Trump na quarta-feira durante um briefing, enquanto mostrava um mapa da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica com uma linha preta que circundava uma parte do Alabama. “Virou à direita. E, finalmente, esperamos ter sorte. Depende do que acontecer com a Carolina do Sul e a Carolina do Norte”, acrescentou, citado pela CNN.

Mas algo no mapa não batia certo. A marca era nova e aparentava ter sido desenhada com um marcador preto de ponta fina, que estendia o trajeto para o Alabama.

Esta poderá ter sido uma maneira do gabinete de Trump dar razão a um tweet feito pelo presidente de que o furacão ia chegar ao Alabama, embora nenhum indício sustente esta declaração, desmentida por vários meteorologistas.

Rapidamente, as pessoas questionaram-se sobre quem teria adulterado o mapa – se o presidente ou alguém do seu gabinete.

Adulterar documentos oficiais de meteorologia é contra a lei norte-americana. Trump negou ao The Washington Post ter adulterado o mapa e referiu mesmo que os documentos a que teve acesso davam “95% de probabilidade” de o Alabama ser atingido.

As Bahamas foram atingidas, no último domingo, pelo mais forte furacão já registado na história do arquipélago, que fustigou, principalmente, as ilhas Ábaco e Grande Bahama, com ventos até 295 quilómetros por hora e chuva torrencial.

Os ventos severos e as águas castanhas e lamacentas destruíram ou danificaram gravemente milhares de casas, incapacitando a atividade de hospitais e deixando muitas pessoas presas em sótãos.

Numa conferência de imprensa, o primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, disse que o balanço oficial de vítimas já vai em pelo menos 20 mortos e alertou para a possibilidade deste número aumentar.

O furacão enfraqueceu para a categoria 2, embora continue com ventos fortes de 175 quilómetros por hora, e segue agora em direção à costa sudeste dos Estados Unidos. Vários milhões de pessoas na Florida, Geórgia e Carolina do Sul foram aconselhadas a sair dos locais próximos da costa.