O Governo angolano ainda tem cerca de 1.220 áreas do seu território afetado por este tipo de artefactos explosivos. País precisa de 269,7 milhões de euros para se ver livre de minas até 2025.
Segundo o chefe do gabinete de Intercâmbio e Cooperação da Comissão Intersetorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH), Adriano Gonçalves, as províncias do Cuando Cubango, Moxico, Cuanza Sul e Bié são ainda as mais afetadas do país.
Adriano Gonçalves, que falava à margem do seminário sobre a Estratégia Nacional do Setor de Ação Contra Minas em Angola, disse que os apoios para o processo de desminagem angolano vêm decrescendo há dez anos.
O mesmo responsável realçou que “Angola ainda não é um país livre de minas”, possuindo ainda “105 milhões de metros quadrados afetados” por este tipo de material explosivo.
De acordo com Adriano Gonçalves, há 12 anos, Angola tinha 3.600 áreas minadas e hoje conta com apenas 1.220 áreas, salientando que há províncias que já podem ser consideradas livres de minas, nomeadamente Malanje, Namibe e Huambo.
Atualmente, equipas de controlo de qualidade estão a realizar um trabalho de reverificação nessas províncias angolanas.
De acordo com o diário angolano Folha 8, num encontro de Coordenação e Avaliação do Programa de Desminagem em Angola, no dia 7 de junho, Adriano Gonçalves admitiu que “realisticamente, Angola não poderá atingir a meta” até 2025. Em causa está um “decréscimo de financiamento” que já atingiu um nível de quase 90%.
“O que levou a que muitos operadores que estavam a fazer um trabalho muito valioso em Angola tiveram de se retirar e os que permanecem estão com níveis muito baixo de atividades, em termos de recursos humanos e materiais”, explicou Gonçalves.
“Estamos conscientes de que esta data não será tão realística para nós, porque precisaríamos de 350 milhões de dólares [308 milhões de euros] para libertar cerca de 450 áreas afetadas por ano, que seriam cerca de 15 milhões de metros quadrados por ano, para que chegássemos, em 2025, e tivéssemos o problema completamente resolvido”, referiu.
Desde 2002, Angola já “limpou” mais de 2 mil campos de minas após o fim da guerra civil.
ZAP // Lusa