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Luso-descendente presa e acusada de terrorismo na Venezuela

andresAzp / Flickr

Manifestações na Venezuela

Manifestações na Venezuela

Uma luso-descendente de 23 anos encontra-se presa há 10 dias na Venezuela, acusada de terrorismo por se manifestar contra uma resolução do Ministério de Educação venezuelano, disse hoje à Lusa a mãe da jovem.

“Ela está presa desde há 10 dias e ontem (domingo) pela primeira vez pudemos fazer-lhe uma visita. Estamos desesperados. Ela é acusada de terrorismo, instigação pública e associação criminosa e pode ser condenada a entre oito e 10 anos de prisão”, disse Ingrid Maldonado, mãe de Aíram Araújo Maldonado, estudante do terceiro ano de Engenharia Civil, na Universidade Santa Maria.

A jovem luso-descendente, residente em Santa Fé, sul de Caracas, participou em protestos contra uma resolução do Ministério da Educação que cria “Conselhos Educativos”, que estão a ser contestados como instrumentos de promoção ideológica do governo nas salas de aula e de supressão do pluralismo.

“Ela foi presa no dia 26 de abril quando regressava a casa no final de uma manifestação em Caracas (…), foi perseguida, detida e agrediram-na com uma arma na cabeça”, disse hoje Ingrid Maldonado.

A detenção da jovem luso-descendente ocorreu um dia depois de o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela sentenciar que qualquer concentração ou manifestação pacífica tem que estar previamente autorizada e que o direito de protestar não é absoluto e admite restrições.

Fontes judiciais adiantaram à Agência Lusa que depois de detida a jovem foi levada para o Forte de Tiúna (principal base militar de Caracas) e três dias mais tarde foi presente a um juiz que ordenou a sua detenção no Instituto Nacional de Orientação Feminina (INOF) de Los Teques, 20 quilómetros a sul de Caracas.

Desde há cerca de três meses que se registam protestos diários em várias regiões da Venezuela contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro devido à crise económica, inflação, escassez de produtos, insegurança, corrupção, alegada ingerência cubana e repressão de protestos pelo aparelho de segurança do Estado.

Alguns protestos degeneraram em confrontos violentos que já provocaram resultaram, segundo dados não oficiais, 42 mortos, 6.081 feridos e dezenas de milhares de detenções.

Segundo as autoridades venezuelanas 15 agentes policiais e militares estão a ser investigados por violações dos direitos humanos dos manifestantes.

/Lusa

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