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Espanha enfrenta o seu pior surto de listeriose. Uma morte e 114 pessoas infetadas

IRRI Images / Flickr

Espanha está a enfrentar o seu pior surto de listeriose. Já há mais de 100 pessoas infetadas e, esta terça-feira, uma mulher de 90 anos morreu depois de ter desenvolvido uma meningoencefalite.

O alerta sanitário foi ativado na passada quinta-feira e, segundo o Expresso, há até ao momento 114 pessoas infetadas (entre os quais dois recém-nascidos e 18 grávidas), sendo que 53 se encontram hospitalizadas.

O surto de listeriose está a afetar particularmente a região da Andaluzia, mas também existem casos na Estremadura, Catalunha e Madrid.

Esta terça-feira, uma mulher de 90 anos morreu na sequência da infeção, sendo a primeira vítima mortal provocada por este surto. A idosa, imunodeprimida, estava internada há vários dias e a sua situação complicou-se após ter desenvolvido uma meningoencefalite.

De acordo com o semanário, uma das prioridades das autoridades espanholas é garantir a retirada do mercado do produto identificado como a origem do surto: um lote de carne da marca La Mechá e produzido pela empresa Magrudis.

A ministra da Saúde María Luisa Carcedo, garantiu que já foram apreendidos todos os lotes da carne fabricados desde maio, estando agora a ser analisados outros produtos da empresa, que se encontra fechada.

A listeriose é uma infeção alimentar que pode ser contraída ao ingerir produtos contaminados pela bactéria Listeria monocytogenes, tendo sintomas iniciais parecidos com os de uma gripe, como febre e dores de cabeça.

São considerados alimentos de risco carne crua ou mal passada, marisco, leite e derivados não pasteurizados, frutas e legumes crus ou mal lavados e alimentos processados.

Embora tenha uma taxa de mortalidade elevada — na ordem dos 20% — pessoas com uma saúde normal não precisam sequer de tratamento. Os grupos de risco, neste caso, são os idosos, os imunodeprimidos e as grávidas, porque a a bactéria passa diretamente para a placenta. Segundo o Expresso, os casos de duas mulheres que sofreram abortos estão a ser investigados.

Contactada pela TSF, a Direção-Geral da Saúde (DGS) diz estar a seguir de perto a evolução do surto. Por sua vez, em declarações ao Público, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) assegura que a carne não é comercializada em Portugal.

“Sempre que é detetada uma anomalia de um produto que coloca em causa a segurança alimentar é emitido um alerta para todos os países da União Europeia que identifica os Estados-membros que o recebem. Neste caso, Portugal não foi destino do produto. Temos um plano de rastreio desta bactéria e não existem no nosso mercado quaisquer produtos contaminados. Não existe qualquer risco de consumo em Portugal”.

Em Portugal, o último surto de listeriose foi declarado em 2011 e teve origem num queijo. 30 pessoas foram infetadas, sendo que onze morreram. Já em 2016, foi detetada a presença desta bactéria em queijos produzidos pela Cooperativa de Produtores da Beira Baixa, em Idanha-a-Nova, tendo sido destruídos 29 toneladas deste produto.

ZAP //

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