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Os anti-Rio vão ao Conselho Nacional questioná-lo. E de braço no ar se votam listas

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Miguel A. Lopes / Lusa

O líder do PSD, Rui Rio

Esta terça-feira, o Conselho Nacional do PSD reúne-se em Guimarães para votar, de braço no ar, as listas de candidatos a deputados.

Alguns dos principais críticos de Rui Rio vão esta terça-feira ao Conselho Nacional questionar o líder do PSD sobre os critérios que estiveram por trás das escolhas que fez para as listas de deputados.

A reunião está marcada para as 21h, em Guimarães, e, segundo a ordem de trabalhos, começará com a eleição do novo vice-presidente da Comissão Política Nacional, José Manuel Bolieiro, depois da demissão de Manuel Castro Almeida, no início de julho, com acusações de “centralismo” a Rui Rio.

O segundo ponto será a aprovação das linhas gerais do programa eleitoral do PSD para as legislativas de 6 de outubro, do qual já foram divulgados alguns capítulos, assim como o quadro macroeconómico que o enquadra e que prevê uma redução fiscal e um aumento do investimento público para a próxima legislatura.

O último ponto (e o mais quente) será a deliberação sobre a proposta apresentada pela Comissão Política Nacional – que se reúne pelas 16h00 -, do candidato do PSD a primeiro-ministro e das listas de candidatura à Assembleia da República, como determinam os estatutos.

Na semana passada, foi notícia que a Comissão Política Nacional excluiu das listas de candidatos a deputados do PSD alguns “pesos pesados” que tinha sido indicados pelas estruturas distritais, como Maria Luís Albuquerque (Setúbal), Hugo Soares (Braga) e Miguel Pinto Luz (Lisboa).

Bruno Vitorino, líder da distrital de Setúbal e que se excluiu a ele mesmo da lista e protesto, disse, em declarações ao jornal Público, que “o ambiente no PSD está de cortar à faca e quero saber o que é que o presidente do partido ganha com a estratégia de afastar as estruturas do processo”.

“Rui Rio está a esfrangalhar o partido em alguns distritos e essa é uma das questões que lhe quero colocar no conselho nacional”, adianta o dirigente que foi indicado para a lista, tal como a ex-ministra Maria Luís Albuquerque, pela distrital.

Ao mesmo diário, Bruno Vitorino queixa-se de o partido ter “ostracizado” as distritais no processo das listas. “O ambiente está de cortar à faca com ameaças de demissões, de desfiliações e de não fazerem campanha para as legislativas. Fomos completamente afastados das listas de uma forma miserável.”.

“O partido está um caos e o cabeça de lista e o número dois que fizeram a lista de Setúbal serão também responsáveis pelo resultado eleitoral no distrito”, avisa o deputado que se disponibilizou para ir num lugar simbólico, como último suplente por Setúbal,, desde que Albuquerque fosse na lista. No entanto, a direção nacional não aceitou e, por esse motivo, não estará na lista encabeçada por Nuno Carvalho.

Hugo Soares, atual-presidente da concelhia social-democrata de Braga, vai marcar presença no Conselho Nacional, mas não antecipa o que vai dizer. Já Maria Luís Albuquerque não deve ir a Guimarães.

O clima do partido não é o maus saudável e há muitas distritais zangadas com o presidente do PSD por causa das suas escolhas. Ainda assim, o mal-estar não irá comprometer o Conselho Nacional desta terça-feira: o secretário-geral e o secretário-geral adjunto já fizeram as contas para que as listas tenham aprovação garantida, tendo estabelecido os compromissos necessários, adianta o matutino.

LM, ZAP //

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