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O salário médio de um português compra 645 litros de gasolina. O espanhol compra o dobro

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Marcelo Camargo / ABr

Com um salário médio, é possível comprar 645 litros de gasolina em Portugal, bastante menos do que podem comprar os habitantes dos países vizinhos nas mesmas condições, mostra um relatório desenvolvido pelo Picodi.

De acordo com o relatório, publicado a 15 de julho e a que o ZAP teve acesso, Portugal ocupa a 28.ª posição do ‘ranking’, estando atrás da Espanha – onde o ordenado médio permite comprar 1126 litros de gasolina -, da França – onde se pode adquirir 1496 litros – e da Itália, onde a população consegue comprar 1219 litros de gasolina com o seu ordenado.

O relatório refere que o preço da gasolina depende de vários fatores: o preço do barril de petróleo no mercado internacional, os impostos e as margens estabelecidas pelos donos de postos de gasolina.

Essas variáveis podem levar a que o valor do litro da gasolina nos pontos de venda possam “mudar da noite para o dia, e, em alguns países, até mesmo em questão de horas ao longo do dia”.

Para desenvolver esta pesquisa – que envolveu mais de 100 países de seis continentes – a equipa do Picodi pesquisou o preço médio da gasolina no primeiro semestre de 2019 e cruzou com os últimos salários líquidos médios nos respetivos países.

Na Europa, a gasolina mais barata pode ser encontrada na Rússia, “muito rica neste recurso natural”. No país, é possível adquirir um litro por somente 0,63 euros. Em contrapartida, na Noruega encontra-se o preço mais caro por litro: 1,70 euros.

“A mais atrativa relação entre preço de gasolina e a média salarial” na Europa está na Suíça e em Luxemburgo, países em que não existem jazigos de petróleo. O salário médio destes países permite comprar, respetivamente, 3388 e 2827 litros de gasolina. O terceiro lugar é ocupado pela Noruega, onde é possível comprar 1989 litros.

Já a Moldávia e a Albânia são os países com a pior relação entre o preço de gasolina e salário médio, onde não é possível comprar nem 300 litros de gasolina.

Numa vertente global, a Venezuela – que enfrenta uma crise política, social e económica – ocupa o primeiro lugar do ‘ranking’, com um litro de gasolina a custar 0.000000002 dólares. Com um salário médio em torno de 29 dólares (cerca de 26 euros), é possível comprar mais de 14 bilhões de litros.

No entanto, segundo o relatório, o verdadeiro líder do ‘ranking’ é o Golfo Pérsico. No Qatar, no Kuwait e nos Emirados Árabes um litro custa entre 0.4 e 0.6 dólares, com o salário médio, é possível comprar entre 4900 e 6500 litros de gasolina.

As altas posições de países como os Estados Unidos (EUA) e o Canadá podem ser explicadas pelos altos salários e pela quantidade de extração de petróleo, enquanto a Suíça e o Luxemburgo mantêm-se altos somente pela remuneração elevada.

Quantidades menores de petróleo podem ser compradas em Madagáscar (42 litros), no Tajiquistão (131 litros) e na Zâmbia (137 litros).

A equipa indica que um exemplo interessante é a Nigéria. Apesar de o país extrair e exportar quantidades consideráveis de petróleo e apresentar os menores preços por litro (0.40 dólares), a média salarial muito baixa, cerca de 201 dólares, não permite que os cidadãos comprem grandes quantidades de gasolina (501 litros).

Para desenvolver este relatório, a equipa do Picodi usou o salário líquido médio segundo dados fornecidos por escritórios oficiais e órgãos nacionais de estatística. Os preços médios do primeiro semestre de 2019 basearam-se em dados do site globalpetrolprices.com.

Para obter o número de litros, dividiu o salário médio pelo preço de médio de um litro de gasolina. Para a conversão de moeda, usou a taxa de câmbio média dos últimos 90 dias.

TP, ZAP //

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5 Comments

  1. Pois é!
    Continuem a votas neles. cada vez que baixam um imposto aumentam a gasolina e outros bens para compensar.
    Somos comidos todos os dias MAS MERECEMOS PORQUE CONTINUAMOS A VOTAR NELES.

  2. tanto estudo, tanto estudo… qual é a utilidade deste estudo!!!
    Descer o preço da gasolina? caso contrário estudem algo que tenha aplicação prática pois fazer estudos que não acrescentam valor ao N/ dia a dia só serve para pagar “taxos” e favores conforme muito se critica “por aqui”

  3. Isso pouco interessa. Vejam quantas cervejas consegue um Português comprar num bar e quantas é que o espanhol consegue. Ah pois é….

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