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Boeing admite erros nos 737 Max e pede desculpa às vítimas

Deni Komarudin / Flickr

Dennis Muilenburg

O presidente executivo da Boeing admitiu este domingo que a empresa errou na forma como lidou com a questão do problemático sensor de alerta do ‘cockpit’ dos aviões 737 Max, que terá levado à queda de dois aviões.

Dois aviões Boeing, os mais vendidos no mundo, caíram no ano passado, provocando a morte de 346 pessoas, tendo sido apontado como causa dos acidentes o novo sistema automático de estabilização. Os novos aviões estão proibidos de voar desde então.

Este domingo, em Paris, para participar no Paris Air Show, o grande acontecimento da indústria aeroespacial, Dennis Muilenburg prometeu transparência, numa altura em que a construtora norte-americana procura revitalizar o novo modelo de avião.

Dennis Muilenburg disse aos jornalistas que a comunicação da Boeing com os reguladores, clientes e público “não foi consistente”. “E isso é inaceitável”, acrescentou.

A administração federal de aviação dos EUA culpou a Boeing por não dizer aos reguladores durante mais de um ano que o indicador de segurança do ‘cockpit’ do modelo Max não funcionou. Os pilotos também ficaram revoltados porque a empresa não os avisou sobre o novo ‘software’ implicado nas quedas de aviões em 2018, na Etiópia e na Indonésia.

“Nós claramente cometemos um erro na implementação do alerta”, disse Muilenburg.

O responsável manifestou-se confiante de que o Boeing 737 Max possa voltar a voar no final deste ano. Os reguladores precisam de aprovar a correção do problema para que o avião possa voltar aos céus.

Muilenburg disse ainda que os acidentes com os aviões da Lion Air e da Ethiopian Airlines de 2018 foram um “momento decisivo” para a Boeing e acrescentou acreditar que o resultado será uma empresa “melhor e mais forte”.

O presidente executivo da Boeing referiu ainda que empresa está a enfrentar o que aconteceu com “humildade” e centrada em reconstruir a confiança. Na “feira” de Paris, a primeira depois da queda dos dois aviões, a Boeing prevê um número limitado de vendas, acrescentou o responsável, considerando, contudo, que a presença é importante, para falar com clientes e com outras empresas do setor.

Muilenburg disse também que a Boeing está a aumentar as suas previsões a longo prazo, pela procura global de aviões, especialmente na Ásia.

Pedido de desculpa às vítimas

Altos executivos da empresa norte-americana Boeing pediram hoje desculpas aos familiares das vítimas dos desastres com aviões 737 Max, na Indonésia e na Etiópia.

Kevin McAllister, presidente do Conselho de Administração da companhia comercial da Boeing disse aos jornalistas durante a abertura da exposição do setor da aviação, em Paris, que lamenta os acidentes que ocorreram com os aparelhos da construtora norte-americana. “Lamentamos a perda de vidas”, disse McAllister referindo-se ao voo da Lion Air, em outubro de 2018, e ao acidente que envolveu um Boeing 737 Max da Ethiopian Airlines no passado mês de março. No total morreram 346 pessoas.

McAllister também pediu desculpas pelos defeitos que obrigaram várias companhias de aviação de todo o mundo a cancelar os voos que deveriam ser efetuados pelos 737 Max.

O executivo acrescentou que a Boeing está a trabalhar no sentido de resolver as avarias, mas não se referiu especificou a data em que previsivelmente a situação vai ficar solucionada. Outros executivos da Boeing sublinharam igualmente a preocupação da companhia em relação a questões de segurança tendo também pedido desculpas às famílias das vítimas dos dois acidentes.

As investigações sobre os dois desastres aéreos ainda continuam apesar de já terem sido detetadas falhas nos sensores que medem os ângulos de posição dos aviões e que fizeram baixar a parte da frente dos aparelhos em direção ao solo.Os pilotos foram incapazes de controlar os aparelhos que acabaram por se despenhar.

ZAP // Lusa

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