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Força Aérea contrata empresa suspeita de a roubar

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Pedro Aragão / Wikimedia

Uma aeronave Airbus CASA C-295M da Força Aérea Portuguesa aterra na base aérea de Monte Real

A Força Aérea Portuguesa voltou a contratar a Aires Cardoso, uma empresa com que tem um processo a correr no Tribunal de Sintra por suspeitas de roubo de mantimentos para as messes e pagamentos de luvas a militares.

De acordo com o jornal Público, que avança com a notícia esta quarta-feira, no passado 6 de fevereiro, quando já decorria há um mês o julgamento em que se sentam no banco dos réus duas dezenas de fornecedores das suas messes, o Estado Maior da Força Aérea assinou com a Aires Cardoso um contrato no valor de 9351 euros.

A Operação Zeus, que investiga o caso, sustenta que há décadas que os fornecedores das messes cobravam à Força Aérea montantes superiores à quantidade de bens alimentares que eram realmente entregues. O lucro da sobrefaturação era dividido entre as empresas e os militares envolvidos no alegado esquema.

Até ser constituída arguida, a Aires Cardoso abastecia as bases da Ota, Montijo e ainda as instalações militares de Alverca, Lumiar, Alfragide, Monsanto e Figo Maduro, refere o diário. Há também militares que, ao confessarem o seu envolvimento no esquema, denunciaram a Aires Cardoso e vários outros fornecedores.

“Entre 2013 e 2017 emitiu faturas à Força Aérea no valor de pelo menos 630 mil euros”, refere a acusação do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Tal como observa o matutino, é quase impossível afastar empresas suspeitas de concurso público, uma vez que são inocentes até ser provado o contrário. Contudo, nada obriga as Forças Armadas a convidá-las para apresentarem propostas quando as aquisições são feitas através de mecanismos contratuais menos exigentes.

Questionada pelo Público sobre esta situação, as Força Aérea disse não querer discriminar ninguém, frisando que o erário público até lucrou com a contratação.

“Nos procedimentos por consulta prévia ou ajuste direto, que são sempre excecionais, a escolha dos operadores económicos a convidar é orientada por critérios objetivos e não discriminatórios”, explica o gabinete de relações públicas deste ramo das Forças Armadas.

“A Força Aérea não possui fundamento legal para excluir a dita empresa na consulta realizada. Entre as empresas convidadas, apresentou as condições mais vantajosas (preço mais baixo), o que, naturalmente, representa benefícios para o erário público”.

ZAP //

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9 Comments

  1. nem sequer é descriminar é sim afastar quem não é honesto, mas é assim claro que eles pensam, continuamos a roubar que eles voltam outra vez.

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