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Muito se tem falado nas alterações climáticas, e no quanto estão a ser prejudiciais para a Terra em tantos aspectos. Porém, o que ainda ninguém tinha mencionado, é que o aquecimento global pode interferir no sabor da cerveja, e no preço.
Quem chama a atenção para esta questão é uma equipa de cientistas australianos. Peter Gous, da Universidade de Queensland, revela-se verdadeiramente preocupado com os efeitos do clima na produção da cerveja.
A investigação, publicada no Journal of Cereal Science, teve o objectivo de testar como a falta de água pode afectar a qualidade dos grãos de cevada.
Para o cientista, o amido dentro dos grãos de cevada cultivados com pouca água é bastante diferente dos bem regados. A escassez de água, provocada pelas frequentes e severas secas, faz alterar a estrutura do amido, o que leva Gous a acreditar que, num futuro não muito longínquo, será mais difícil consumir uma cerveja de qualidade.
Para além da interferência no sabor, os cientistas acreditam também que os consumidores terão de pagar mais por uma cerveja.
«Se perguntar a qualquer produtor de cerveja, ele irá dizer que a qualidade do amido e a fermentação afectam o gosto» da bebida, afirmou Gous, acrescentando que «em vez de se pagar 5 euros por uma cerveja, poderá acontecer ter de se pagar entre 15 a 20 euros para consumir uma cerveja com a mesma qualidade e quantidade dos dias de hoje».
A boa notícia para os apreciadores desta que foi, provavelmente, a primeira bebida alcoólica criada pelo ser humano, é a existência de uma nova variedade de cevada resistente à seca, mas que mantém a qualidade original.
Denominada de “stay-green”, esta espécie de cevada pode ajudar a manter a qualidade do grão estável, mesmo num planeta fortemente ameaçado pelo aquecimento global.
Não podemos falar pelo resto do mundo, mas aqui por Portugal, onde, em 2013, se consumiu 4,9 milhões de hectolitros de cerveja, agradecem-se todos os esforços feitos no sentido da não alteração da bebida… ao nível do sabor, e preço, claro!
CG, ZAP
