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Centeno garante: “Temos a maior urgência em terminar negociação do SIRESP”

Tiago Petinga / Lusa

O ministro das Finanças, Mário Centeno

Em entrevista à Rádio Renascença, o ministro das Finanças, Mário Centeno, deu a garantia de que o Governo tem a “maior urgência” nas negociações relativas ao SIRESP.

No debate quinzenal desta segunda-feira, o primeiro-ministro, questionado sobre a regularização de uma dívida do Estado à empresa e sobre a aquisição de uma posição maioritária que permita ao Governo controlar o sistema, adiantou que a negociação estava por horas.

Agora, em entrevista à Renascença, Mário Centeno reiterou que a solução é urgente, mas não quer dar mais informações sobre essa negociação, que considera tão importante como as negociações relativas à Caixa Geral de Depósitos (CGD).

“Não vou dizer nenhuma palavra sobre negociações em curso e, como sabem, já estive envolvido em negociações muito difíceis e que aliás reputo, modestamente, como das negociações mais importantes para o futuro do país. Esta negociação não tem a negociação da Caixa Geral de Depósitos, mas para mim tem exatamente a mesma importância”, disse.

De acordo com o ministro das Finanças, as negociações já estão a decorrer e o Governo quer terminá-las o mais rápido possível para não pôr em causa o funcionamento do sistema na época de fogos deste ano.

Temos a maior urgência em terminar esta negociação, porque percebemos os interesses da parte privada e da parte pública. O que está em cima da mesa é uma aquisição de uma participação acionista. Não há aqui nenhuma vontade, nem desejo, de retirar valor económico a quem investiu e a quem detém a empresa”, garantiu o governante.

Questionado sobre a nacionalização do SIRESP, Centeno apenas adiantou que “a negociação é para a aquisição das participações acionistas, esse é o meu objetivo”. Deixando o aviso de que o que importa é a segurança, afirmou que, “até por motivos reputacionais”, todos os acionistas estão “seguramente alinhados”.

Caixa deve usar “todos os mecanismos” para recuperar dívida de Berardo

Sobre Joe Berardo, o tema que tem aquecido esta semana, o governante afirmou que, “como ministro das Finanças, quero que a Caixa Geral de Depósitos cumpra o mandato que eu lhe dei, que foi bastante claro sobre a gestão da CGD e a valorização do património”.

“Todos queremos, acho, para além de mim que sou ministro das Finanças, que a perda que está infligida em termos contabilísticos e financeiros, aos bancos, em particular à CGD possa ser recuperada. Espero que sejam ativados todos os mecanismos legais que o permitam”, disse Centeno.

Na avaliação que faz sobre a postura de Berardo na comissão de inquérito à Caixa, Centeno acompanha António Costa. “As empresas e os indivíduos não existem fora do quadro de importância que têm para a sociedade portuguesa. Há um momento em que todos temos que crescer para essa responsabilidade.”

No último debate quinzenal, Costa lamentou o “desplante” do empresário e disse que “o país está chocado”. À Renascença, Centeno sublinhou que “o sr. primeiro-ministro foi muito claro sobre a avaliação que fazemos”.

“Governo deverá continuar a reduzir legislativamente os impostos”

O primeiro-ministro já deixou claro que diminuir os impostos não é uma prioridade na próxima legislatura. Contudo, Mário Centeno acredita que haverá margem para continuar a reduzir “legislativamente” os impostos. Aliás, o Programa de Estabilidade prevê uma previsão de redução dos impostos diretos e aponta para uma revisão dos benefícios fiscais.

“Nós temos muitos benefícios fiscais”, afirmou o ministro que, na mesma entrevista, disse  ser contra taxas nas operações multibanco.

LM, ZAP //

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