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CGD não consegue penhorar casa de luxo de Berardo. Está em nome de empresa

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Manuel de Almeida / Lusa

A Caixa Geral de Depósitos não conseguiu penhorar a casa de luxo onde Joe Berardo vive, em Lisboa. É um T5 na Avenida Infante Santo, avaliado em 1,85 milhões de euros.

A notícia é avançada pelo Correio da Manhã. De acordo com o jornal, o imóvel foi comprado pelo empresário em 1999 mas foi vendido em finais de 2008 a uma empresa da qual Berardo é presidente do conselho de administração – mas não acionista. A compra foi feita pouco depois da falência da Lehman Brothers nos EUA, que marcou o início da crise financeira.

O empresário vai esta sexta-feira à comissão de inquérito da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para dar explicações sobre os créditos que recebeu do banco público e que estiveram na origem de um dos principais “buracos” que obrigaram à recapitalização recente da instituição.

O investidor deve cerca de 300 milhões de euros ao banco público, cerca de um terço do total de dívidas que têm em incumprimento nos principais bancos nacionais, que vão avançar para uma investida judicial conjunta para tentar recuperar algum valor.

Segundo o Jornal Económico, também esta sexta-feira, os bancos vão tentar penhorar 100% da coleção de obras de arte de Berardo – não apenas 75% – como vinha sendo noticiado. CGD, BCP e Novo Banco querem reaver créditos em torno de mil milhões de euros através da execução de penhores dos títulos da Associação Coleção Berardo, proprietária das obras de arte que foram cedidas ao Estado.

Este imóvel, em particular, está em nome da Atram – Sociedade Imobiliária, empresa da qual Berardo é o presidente do conselho de administração. Mas o empresário não é acionista direto da empresa. A titularidade passou de Berardo para a empresa, em 2008, no âmbito de uma “entrada para aumento de capital da sociedade”, segundo a Conservatória do Registo Predial de Lisboa.

Segundo a caderneta predial, o apartamento de Berardo corresponde a um T5: tem uma área bruta privativa de 430 metros quadrados e uma área bruta dependente de 65 metros quadrados. O Fisco atribuiu ao imóvel, em 2017, um valor patrimonial tributário, para efeitos de IMI, de 570 mil euros.

Se não for capaz de ir buscar o imóvel, o banco público vai tentar penhorar os salários de Berardo, pagos pela Atram, intenções que o advogado de Berardo diz desconhecer.

ZAP //

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9 Comments

  1. Se esse Sr. não tinha bens em seu nome como lhe foram concedidos tantos créditos e de quantias tão avultadas? A banca quando concede créditos não deve assegurar-se que pode fazê-lo, não exige mil e uma garantias? Pois então, se os decisores da banca não tomaram, como deviam, as devidas cautelas, proponho que sejam a pagar as dívidas pagar, dos seus prórpiros bolsos, daquele em quem confiaram. Também a ganharem como ganham e com as benesses e mordomias que têm certamente não será um grande sacrifício para esses decisores da alta roda. Agora, quem não pode pagar as dívidas desse Sr. Berardo, e de quaisquer outros mafiosos, é o Estado com o erário público, que é dinheiro de todos nós, e não falat onde empregá-lo BEM! Esquecia de dizer que se a Lei – que é elaborada pelos políticos, é bom que se sublinhe – não permitir obrigar esse e outros Srs mafiosos a entregarem o que devem, então é porque está na hora de mudarem a Lei. Assim é que não pode continuar!

    • Na verdade, não importa. Não sendo ele, não se pode penhorar pelas suas dívidas.
      Ele até paga a renda mensal…..
      Ou se calhar o T5 é emprestado. Onde é que eu já ouvi isto??????

  2. mas está tudo doido? se o imóvel entrou “para aumento e capital da empresa” necessariamente que, pelo menos nessa data, era acionista (quem entra com o capital…)

  3. Se calhar também é de um “amigo”…. Eu acho que importa saber saber a história toda.

    Acho que se deve procurar saber e provar se houve fraude nestas transferências de propriedade de bens.

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