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António Costa reage a recuos de PSD e CDS: “Se votaram sem saber, agora votem contra”

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Miguel A. Lopes / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa

Num discurso em que protegeu a ‘geringonça’, o primeiro-ministro António Costa respondeu aos recuos do PSD e do CDS-PP, considerando que se esses partidos “votaram sem saber”, agora podem “emendar o erro” e “votar contra”.

Depois de já todos os partidos terem reagido à ameaça de demissão do primeiro-ministro, este ia voltar a discursar e esperava-se que falasse da crise política. E fê-lo, com dois alvos muito bem definidos, PSD e CDS-PP, e uma audiência devidamente identificada, o eleitorado de centro, avançou no domingo o Observador.

Num jantar de pré-campanha, que decorreu em Campo Maior (Portalegre), o secretário-geral do PS aproveitou o palco de Pedro Marques, cabeça de lista do partido às eleições europeias, para falar da polémica do momento, mantendo a estratégia de proteger os partidos que compõem a “geringonça”, não lhes tendo reservado uma única palavra.

“O país atravessa um momento difícil”, indicou. “Na passada quinta-feira, aqueles que foram os campeões da austeridade resolveram aprovar um diploma que põe em causa o compromisso com os portugueses e pôr em causa a reconquistada credibilidade internacional do nosso país”.

O parlamento aprovou na quinta-feira, na especialidade, uma alteração ao decreto do Governo, com os votos contra do PS e o apoio de todas as outras forças políticas, estipulando que o tempo de serviço a recuperar pelos professores são os nove anos, quatro meses e dois dias reivindicados pelos sindicatos dos docentes.

“Este é um momento particularmente grave”, continuou António Costa. “Começaram por dizer que mentíamos, que não havia custos com a aprovação da proposta, que apenas trazia benefícios para as carreiras dos professores. Mas hoje os portugueses ficaram a saber que quem mentia não éramos nós”.

E acrescentou: “Os professores sabem quem lhes falou verdade”. Mesmo sendo contra a medida, que responde às exigências dos sindicatos dos professores, António Costa tentou piscar o olho a um eleitorado que sempre foi importante para os socialistas, lê-se no artigo do Observador.

“Se o PSD e o CDS-PP votaram sem saber no que estavam a votar emendem o erro: votem contra”, sugeriu o primeiro-ministro. “Se entretanto se arrependeram do que votaram, têm um bom remédio: votem contra”, insistiu. “Agora, não queiram enganar os professores nem os portugueses”, disse.

Sem nunca mencionar diretamente as posições assumidas este domingo pelos dois partidos de direita, António Costa comentou os seus efeitos. “Hoje ficou evidente o seu verdadeiro projeto: uma mão cheia de nada para os professores e uma conta calada para os portugueses”, disparou. “Não podemos deixar que destruam aquilo que tão duramente conseguimos construir”, frisou.

“Nós não vendemos ilusões aos professores prometendo-lhes aquilo que sabemos que não podemos cumprir nem hoje nem amanhã. Cada medida que adotámos avaliámo-la previamente com conta, peso e medida”, reiterou.

Apesar de se ter colocado por vezes ao lado dos professores, o primeiro-ministro não deixou de criticar os sindicatos. “Não damos lições aos sindicatos, mas houve uma intransigência sindical nas negociações”, defendeu, dizendo ainda que “aquilo que temos de garantir é que aquilo que damos a uns temos de dar a outros . Não há portugueses de primeira nem de segunda”.

No fim, e trazendo o público de volta ao ambiente de pré-campanha, o primeiro-ministro apelou ao voto na lista encabeçada por Pedro Marques. “É por tudo isto que nestas eleições precisamos de reforçar a votação do PS”, gritou.

Comportamento do PSD e do CDS-PP é “inaceitável”

Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, numa entrevista cedida à TSF esta segunda-feira, considerou “inaceitável” o comportamento do PSD e do CDS-PP que, após se terem juntado ao PCP e BE para votar a favor da contagem integral do tempo de serviço dos professores, admitem agora alterar a sua posição quando a proposta for para aprovação em plenário.

Depois de o primeiro-ministro ter anunciado ao país que o Governo se irá demitir caso a proposta que prevê a recuperação do tempo integral de serviço na carreira dos professores – tal como foi aprovada em comissão, por todos os partidos à exceção do PS – seja aprovada na votação final em plenário, a direita respondeu com um recuo.

Fernando Veludo / Lusa

A ministra da Presidência e Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva

A ministra questionou o facto de a direita admitir agora votar contra a proposta, depois de ter acusado o Governo e o primeiro-ministro de protagonizarem “uma farsa”. “Se [a posição do Governo] é uma farsa, um teatro, uma mentira, porquê mudar de posição?”, atirou Mariana Vieira da Silva.

A ministra acredita que, ao mudar o sentido de voto, PSD e CDS estão a reconhecer “total razão ao discurso do primeiro-ministro”.

Mariana Vieira da Silva apontou que o Governo não deve prometer aos professores algo que considera ser impossível de realizar – como acusa a direita de estar a fazer -, frisando que os custos orçamentais de tal medida seriam “insustentáveis”.

Confrontada com as acusações da oposição de que o Governo já criou expectativas aos docentes que agora está a frustrar, a ministra recusou a crítica e insistiu que o único compromisso assumido pelo PS fora o descongelamento das carreiras: “pôr a contar um relógio que estava parado”.

Rui Rio acusa António Costa de “golpe palaciano”

De acordo com o Público, o primeiro partido a reconsiderar o seu voto foi o CDS. Assunção Cristas admitiu, no domingo, que o partido só votará a recuperação salarial dos professores do tempo congelado se forem aprovadas as suas condições de sustentabilidade financeira e de crescimento económico do país.

Depois seguiu-se o presidente do PSD, Rui Rio, mas não antes de acusar o primeiro-ministro de ensaiar um “golpe palaciano” para perturbar “a campanha para as eleições europeias”. Declarou ainda que, para si, em matéria de professores “é condição inegociável o equilíbrio das contas públicas” e recordou que “o travão financeiro à orgia orçamental foi reprovado pelo PS”.

Para o BE, não faz sentido que o Governo “crie instabilidade por uma medida sem reflexo” nas contas de 2019 e defendeu que a política não pode ser “um jogo, tem de ser responsabilidade”.

PSD e CDS-PP movem-se por “calculismo político”

Também no domingo, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, referiu não está disponível para “andar para trás”. O líder comunista foi mais longe e acusou António Costa de estar a “destruir a ‘gerigonça'”.

Quanto ao PSD e CDS, como noticiou o Observador, os comunistas acreditam que ambos os partidos moveram-se sempre por calculismo político e nunca por convicções.

Tiago Petinga / Lusa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa

“As declarações de Rui Rio e Assunção Cristas confirmam que o PSD e o CDS se moveram não pelo objetivo de dar resposta ao direito de contagem do tempo de serviço dos trabalhadores das carreiras especiais da Administração Pública mas sim por meros critérios de calculismo”, escreveram em comunicado, depois de os dois partidos de direita terem recuado nas posições que assumiram na Comissão de Educação.

O PSD e o CDS “aprovaram na Comissão Parlamentar um texto que voltaram a defender na sexta-feira. O recuo agora assumido pelo PSD e pelo CDS confirma, como já haviam revelado no debate em comissão, a sua recusa em consagrar a valorização remuneratória devida aos trabalhadores”, pode ler-se na nota informativa.

O comunicado dos comunistas não deixa de fora a campanha, onde a estratégia para se demarcar do PS tem sido evidente. “A mudança de posição do PSD e do CDS, mais do que uma cedência ao ultimato do Governo do PS, testemunha a convergência de posições com o PS sempre que é necessário para a manutenção de cortes”.

“O PCP prosseguirá de forma coerente a intervenção e o caminho para a solução que dê resposta a essa e outras aspirações dos trabalhadores e do povo, não se deixando condicionar por pressões”, lia-se no documento. “Não são aceitáveis os ultimatos e pretextos inconsequentes do PS para a demissão do Governo”.

TP, ZAP //

31 Comments

  1. “Se votaram sem saber, agora votem contra” …. mesmo que isso seja contra o que eu estava à espera !
    Ganda mentiroso e palhaço, este Bosta !

  2. Nunca pensei que Rui Rio e Cristas, fossem tão hipócritas, ao ponto de considerarem os Portugueses tão imbecis,como nunca. Esta atitude, mostra bem o nível a que chegaram. Falam completamente à toa, como os miúdos, sem pensar e medir o que dizem. Estão completamente desnorteados,e é também por isso, que não irão a lado nenhum e Costa marca mesmo a diferença e não lhes dá hipótese.

    • Costa marca a diferença, porque fez parte de uma bancarrota em Portugal e vendeu a pureza do seu próprio partido para se engalfinhar aos ultras de esquerda quando se sentiu morto politicamente, após perder as eleições legislativas (3ª derrota consecutiva).

      • ahahahah nem tu acreditas nessas patranhas!
        Abre os olhos que já é dia… e tira essas palas de Alcanena que não te deixam ver em toda a amplitude!

  3. Orgulhosamete professor

    O dinheiro que foi infiltrado nos bancos, não prejudicou o País;
    As ajudas de custo aos políticos, não prejudicam o País;
    As dezenas de profissões, que têm bónus de milhares de euros, oferecidos pelos governos, não prejudicam o País.
    Os milhares de profissionais, que se passeiam nos carros do Estado, não prejudicam o País;
    Os funcionários públicos, que recebem pelas deslocações e têm direito a residência paga, não prejudicam o País;
    As nomeações de milhares de “amiguinhos”, a ganharem um balúrdio, num emprego sem trabalho, não prejudicam o País;
    Os milhares de euros, entregues a IPSS duvidosas não prejudicam o País;
    Os conselhos de administração, de Instituições públicas, ocupados por mandriões, vigaristas e aldrabões, a ganharem milhares de euros, não prejudicam o País;
    Agora, aqueles que correm um País inteiro, que pagam uma prestação de casa, mas que vão trabalhar a centenas de quilómetros, onde pagam a renda de um quarto e/ou são dos maiores consumidores de combustíveis. Que deixam os seus filhos, para ir ensinar, apoiar, acarinhar e guardar, os filhos dos outros. Aqueles, que não passam de profissionais nómadas, a construir uma sociedade, a preparar e desbravar mentes. Aqueles, que diariamente, apoiam, ouvem e sentem os problemas de tantos e tantos jovens… esses sim, vão levar o País à banca rota, porque ganham pouco mais de mil euros líquidos, pagam todas as suas despesas, deslocações, alojamento… mas, porra, são professores… que se lixem!
    Talvez no dia em que queiram um professor para os vossos filhos e uma escola para os acolher e guardar e não houver… pode ser que acordem.
    Cada classe deveria lutar pelos seus direitos e o que eu vejo é um bando de cidadãos contra os professores, como se estes fossem um bando de vigaristas, oportunistas e que não produzem (quando temos dos melhores ensinos do mundo) e não é, porque os programas são bons e os materiais adequados, é sim, porque temos muitos profissionais bons, no ensino (e, como em todas as profissões, também há maus profissionais, mas estes são poucos).
    Lamento, que os professores sejam sempre o bode expiatório para justificar o injustificável… se alguém mentiu, foi quem na campanha prometeu e não cumpriu…
    Podem falar mal, criticar, denegrir… mas a verdade é que sou orgulhosamente professora!!
    Nota: Este texto não é meu, mas todos deviam partilhá-lo.

    • Orgulhosamete professor… Ó professor, se não sabes escrever, usa um corrector ortográfico. E já agora, luta por mim também, que perdi o emprego, estive 2 anos no desemprego e fui obrigado a emigrar para sustentar a minha família. E luta também pelo meu vizinho que fechou a sua empresa, foi “condenado” a pagar 35.000 de indeminização a 6 trabalhadores, porque a “crise” lhe tirou 60% do volume de negócios. E, já agora, devolvam-lhe a casa que teve de vender para pagar as indeminizações…
      Não lhes passa pela cabeça a quantidade de pessoas que ficaram sem NADA por causa da crise e que tiveram de dar a volta à sua vida, mudando de país, de profissão, de cidade. Que tiveram de vender todo o seu património, que viram a sua vida destruída e que NUNCA mais lhe vai ser devolvida nem reposta com retroactivos.

      • Perdeu-se isso tudo, e eu também perdi, porque o país foi presenteado com uma bancarrota socialista de que Costa também fez parte. Presumo que o amigo “indignado” não seja socialista, porque se assim fosse sentiria vergonha. Muitas felicidades para si.

      • Não é erro o INDIGANADO … Fui enganado e estou indignado… Farto de ver uns “coitadinhos” com tudo (emprego, horário 35h, até pode arder a sua secretária que não deixam de receber) e outros que têm que TRABALHAR, 44 e + horas, sem garantia de emprego para a vida. E afinal os “coitadinhos” é que vão receber o que deixaram de receber por causa da crise…. A mim não me dão nada do que PERDI, e muito menos de que deixei de receber…

      • Ó indiganado, tem todo o direito de se sentir ferido pelas vicissitudes a que a vida o sujeitou, a si e a muitos dos nossos concidadãos. Também lamento tudo o que aconteceu a tanta gente, a mim também.
        Mas seria um sinal de inteligência se não culpasse os professores para se achar, a si próprio com razão. É que os professores não têm culpa das asneiras dos governantes nem de muita gente que vive à custa do Estado.
        Chamar “coitadinhos” aos professores é privar que desconhece totalmente a missão a que se devotaram em favor da toda a sociedade, de que você e eu fazemos parte.
        Depois fala de questões que desconhece totalmente, sujeitando-se a mentir através de algumas das suas afirmações.
        Quem é que vai receber o que deixou de receber por causa da crise? Quem vai receber retroactivos?
        Como estes equívocos há muitos mais por aí.

      • Pois… E vc é o maior equivocado que aqui anda….. Missão? Qual missão? Anda distraído o amigo. TODOS os meus colegas de ensino secundário que não conseguiram trabalho, refugiaram-se no ensino e nenhum por vocação. Hoje estão quase todos com boas reformas, com 56,57,58 anos e muitos anos de 190 dias de trabalho…. E eram os mais burros da turma, mas afinal o burro fui eu…..

      • Ó Indiganado, acha mesmo que estou equivocado?
        De certeza que ando por cá há bastante mais tempo que Vc., e não fui dos que se acomodaram à sombra da bananeira. Sei muito bem o que custa a vida e conheço a sociedade a que pertenço.
        Admirou-se por ter falado em missão, dizendo que eu ando distraído e apresenta argumentos que nada ou muito pouco significam.

        Claro que, como em todas as profissões, há quem passe pela docência só à espera do fim do mês. Sei disso muito bem. Felizmente que esses fazem parte de uma minoria praticamente sem significado. Por isso não me parece de bom tom generalizarmos. Não se pode confundir a árvore com a floresta, como sabe.

        Essa dos seus colegas do Secundário, fica-se com a impressão de que a história está mal contada ou eu não entendi. Então os seus colegas com o Secundário, conseguiram entrar na carreira docente? Se foi assim, como pode isso acontecer se não tinham habilitações? Que foram leccionar? É que muitas vezes se confunde “dar aulas” com ser-se professor.
        Antes das licenciaturas em Ensino, como agora, o candidato a professor tinha de ter formação pedagógica, sujeitar-se ao chamado Exame de Estado ou, já mais tarde, à Profissionalização em Exercício que correspondia a um estágio de dois anos. Só depois, com o diploma passado pelo próprio Ministério, é que era professor.

        Refere-se ainda a «muitos anos de 190 dias de trabalho…» Mas isso é irrelevante. Até poderiam ser só 60 ou 30, conforme. Só contava isso. Se depois não fossem precisos , ficavam sem trabalho. Agora se eram os mais burros da turma, não terá sido por isso que optaram pela docência.

        Mas que docência? volto a perguntar. Que disciplinas leccionaram??

      • ÁDENDA: No 5º parágrafo, onde se lê: “o candidato a professor tinha de ter formação pedagógica”, deve ler-se: “o candidato a professor tinha de ser licenciado, ter formação pedagógica…”

      • E o pior é que além de não termos direito ao que os professores agora querem ter, ainda teríamos de ser todos nós os que não tivemos, a pagar esse luxo!

    • Tudo isso é uma grande treta. Os professores não são mais nem menos do que todas as restantes classes profissionais que contribuíram para reerguer o país do buraco em que o PS o tinha deixado.
      A verdade é que a reposição dos salários e a contagem integral do tempo para os professores implicaria necessariamente o mesmo tratamento para todos os restantes profissionais quer do Estado quer do privado. E tudo isso seria insustentável. E como todos os políticos responsáveis sabem isso, ninguém quer abrir essa caixa de Pandora. Ficará para sempre bem fechada e nunca na vida haverá qualquer reposição integral.

      • Mas não era este indiano que andava todo vaidoso a falar na viragem da página da austeridade e na célebre REPOSIÇÃO DE RENDIMENTOS ? Isto que agora se fala, é uma reposição de rendimentos. E mais, no OE foi aprovada a reposição integral do tempo de serviço dos professores. E este melro Costa tem a lata de agora negar isso ? Este gajo não tem nível para estar à frente do país. Se ele continua estamos feitos num oito !

      • Não inventes por favor, como sabes isso não consta do orçamento de estado!
        Bem querias que estivesse, mas felizmente não está!

    • Se é assim tão mau ser professor porque é que continua? Tem alguma pistola apontada á cabeça a obriga-lo?
      Faça como eu e muitos outros, se acha que não lhe pagam o que merece e a profissão é uma me**rd*, mude de trabalho. Agora pensar “eu quero ter esta profissão e alguém tem que me pagar aquilo que eu quero”, se calhar os outros não estão para aí virados, ou será que afinal essa profissão até tem as suas benesses??? dois meses de férias por ano (no mínimo) etc, etc…

      • Ó Do contra, não tente dar à volta à questão, senão até parece que não quer entender. Acha que todas as pessoas têm de ver e sentir o mundo como Você? Se assim fosse, como estaríamos hoje?! Mesmo assim vai havendo quem abandone a profissão para auferir melhor salário e ter menos consumições.

        Agora, quem disse que alguém tem de pagar aos professores aquilo que eles querem? Porquê tanto sofisma? Porquê mentir?
        Meu caro, foi e é precisamente o contrário. O que os professores querem, com inteira razão, é que lhes paguem o salário que lhes ofereceram quando os admitiram. Só isso. E mesmo assim, estão a ser condescendentes no que respeita ao tempo de espera para que o devido se cumpra.
        Acha bem que profissionais com mais de 20 anos de serviço, efectivos em Quadros de Zona, estejam ainda no PRIMEIRO ESCALÃO SALARIAL? Qualquer bom trabalhador no sector privado com esse tempo de serviço ganha mais, e não tem as despesas, relativas à profissão, que tem um professor.
        E quanto às benesses a que se quer referir, não diga nada, não vá pelo que ouve. Inteire-se você da verdade e depois si, fale.

      • “Acha bem que profissionais com mais de 20 anos de serviço, efectivos em Quadros de Zona, estejam ainda no PRIMEIRO ESCALÃO SALARIAL”
        Eu não discuto se os professores possam ou devam ganhar mais, nem é essa a questão, mas quando andei nos meus estudos tive alguns excelentes professores, não sei quanto auferiam, mas mereciam todos os cêntimos que ganhavam e muito mais.
        Tive professores que não posso dizer que eram excelentes mas eram bons e cumpriam com qualidade, gosto e orgulho a profissão, e não era pelo seu trabalho que os alunos não aprendiam, e também tive alguns (felizmente poucos) professores que eram umas verdadeiras bestas e que deviam ser despedidos com justa causa(mas não são), eram professores apenas porque não arranjaram emprego em mais lado nenhum, capacidade para lecionar ZERO, ora estar a dar o mesmo aumento aos professores todos por igual independentemente da qualidade do seu trabalho e apenas pelo tempo decorrido é promover a incompetência e algo que eu não entendo nem concordo.
        Como o Sr. deve saber há muitos bons profissionais no sector privado que ganham menos agora do que ganhavam e nunca vão ver repostos os rendimentos, mas agradeçem o facto de não estarem desempregados.
        Com isto eu não quero dizer que os salários devam ser tabelados por baixo, antes pelo contrário, quero dizer que todos os funcionários públicos ou privados devem ter as mesmas oportunidades e não uns “irem ao bolo” e os outros “ficam a ver”. (conheçe o exemplo dos actuais ordenados mínimos??)
        “Inteire-se você da verdade e depois si, fale.”, Acontece que tenho familiares que são professores, e vejo o numero de dias de férias que eles têm todos os anos e os dias que eu tenho, é por isso que eu falo, a não ser que sejam só estes que eu conheço que conseguem safar-se…..

      • Pois é, Sr, Do contra, quando não quer dar o braço a torcer diz que não discute a verdade que lhe apontei e acrescenta que nem é essa a questão, quando afinal até é, e é de salários que se trata, como se infere da sugestão que Vc. no seu primeiro comentário. Mas como não lhe agrada, tenta virar o bico ao prego. Não adianta.
        E de um comentário para outro Vc. troca o tema a seu bel-prazer. Desta vez, o que para si importa, mesmo que não tenha que ver com a notícia do ZAP, é a abordagem sobre ser bom ou mau professor. O tema é da maior importância e deve estar sempre em cima da mesa. Mas não nos esqueçamos do grau de subjectividade que o assunto possa comportar. É que o que para uns pode ser uma coisa, para outros pode ser o seu contrário. Muito ou até tudo depende de quem avalia, sobretudo se não está por dentro da problemática inerente à docência. E se os pareceres provêm de alunos nem sempre são fiáveis.
        Muitas vezes, para alguns alunos, o bom professor é o que não ensina, não exige,, permite a indisciplina, mas dá gordas notas, enquanto que o profissional cientifica e pedagogicamente competente, empenhado, saudavelmente exigente, assíduo e honesto a avaliar os seus alunos é muitas vezes tido como o pior dos professores, sobretudo por quem se está nas tintas para a Escola. Por isso, meu Caro, ir por aí não me parece que, neste espaço, se chegue a conclusões válidas.

        Quanto ao que acontece no sector privado, profissionais que ganham menos do que já ganharam e dos actuais salários mínimos a que o Do contra se refere, sei muito bem o que se passa. E até sei mais do que pensa que sei.
        Estranho é que Vc. não lamente os salários mínimos da função pública,, sobretudo quando eles eram mais baixos do que os sector privado.. E estranho que não barafuste por haver patrões com “salários” dezenas ou centenas de vezes maiores do que o dos seus trabalhadores. E estranho que nada diga sobre os trabalhadores que recebem oficialmente o salário mínimo de miséria, escapando aos impostos (IRS), mas recebam mais um ou dois venci mentos iguais à margem da legalidade.

        Por fim, os dias de férias dos professores seus familiares. Que eu saiba, os dias de férias dos professores correspondem a UM MÊS, contando sábados, domingos e feriados. Também tenho familiares, directos, que são professores, e sei a quantos dias eles têm direito para férias. Mas também sei que não passam férias porque não ganham para isso.

        Continuação de boa semana.

  4. Boa tarde, ai o primeiro ministro que de há muitos anos a esta parte foi o único a conseguir através de uma arte e engenho notáveis, criar condições para que possamos sorrir um pouco melhor e proporcionar a tantos pensionistas deste país uma vida um pouquinho mais confortável, ainda é chamado de palhaço e mentiroso?
    Ó Carlos, vá-se danar para onde entender, mas evite vir aqui provocar tantos e tantos portugueses que ao contrário de si, ainda sabem reconhecer a mão que lhes serve o “alimento”. São pessoas como você que comportando-se como um cão raivoso, conspurcam a sociedade e lhes incutem sentimentos de raiva e revolta, relativamente a todos aqueles que não partilham das suas opiniões, ou melhor, as do partido.

    • Sr. A.C.B. S não seja tapado. Foi o partido socialista, através da bancarrota Sócrates e de que Costa fez parte, que me roubou e a si também e aos milhões de portugueses, quando tivemos que dar o nosso contributo para salvar o país. Não se lembra disso ? Se assim é, isso é preocupante, é caso de forte amnésia. Este Costa deu alguma coisa a alguém ?! Tenha juízo e acorde para a realidade. Este gajo, com Sócrates, contribuíram para aquilo que sofremos e ainda havemos de passar. Não vá em cantigas de certos passarões armados em reles políticos. Aliás é essa corja desprezível, de todos os quadrantes, que vêm comandando os nossos destinos.

      • Podes não querer ver as coisas como elas são por patologia politica, mas mentir é que não!
        O Socas já todos sabemos o que é, nem vale a pena falar mais, mas meu caro amigo, não foi o único politico responsável pelo caminho que o país levou.
        Podem querer culpar o PS por ter sido esse partido que chamou a troika, mas a verdade é que os problemas não começaram nessa legislatura, vinham de trás e com a ajuda da crise internacional veio ao de cima toda a fragilidade financeira em que Portugal estava há MUITOS anos.
        Não esquecer também que as recomendações da UE e do ecofin era para estimular a economia injectando capital e promovendo obras publicas, isto é sabido e acabou por se revelar a machadada final porque foi um bluff que não deu frutos!
        Mas não sejamos ingénuos, toda a gente sabe que o problema não nasceu ali nos xuxas, veio de trás e culminou ali.
        Mas como a politica não é futebol, sugiro que aprenda a olha-la não do ponto de vista clubistico mas sim do ponto de vista politico.
        Todos os partidos são muito sabidos e estratégias e aproveitamentos politicos existem e sempre existirão, cabe-nos a nós não sermos ovelhinhas e passar a votar em pessoas em vez de partidos!

      • «Cabe-nos a nós não sermos ovelhinhas e passar a votar em pessoas em vez de partidos!»
        Pois é, Ana Isabel, a sua ideia faz todo o sentido. Mas como, se você ou eu não nos podemos candidatar?

  5. O nosso primeiro disse, e passo a citar, “aquilo que temos de garantir é que aquilo que damos a uns temos de dar a outros . Não há portugueses de primeira nem de segunda”, fim de citação.
    Pois eu não concordo, há ainda os do privado que ficaram sem os seus trabalhos, ou com trabalhos deficitários (olhe que não falo em empregos), aqueles que tiveram que vender as casas ou pior, os bancos tomaram-nas, aquelas empresas que ficaram sem trabalho e tiveram que se desenrascar, muitas vezes a expensas de alienação de património dos próprios donos para conseguirem pagar uma crise que não desejaram nem por ela foram responsáveis, aqueles que tiveram que emigrar, por sugestão do coelhinho, para conseguirem sobreviver, e muitas mais atrocidades que os privados sofreram.
    Estes pertencem à classe dos “portugueses de enésima categoria”, gente de ninguém se lembra.
    Custa-me muito sentir a agressividade que os partidos da chamada estrema esquerda, lutam pela reposição dos salários dos professores, que não digo que não tenham direito, e votam os restantes trabalhadores ao abandono das reivindicações, assim como se fossem lixo.
    Por isso sr. primeiro, o senhor que deveria ser PM de todos os portugueses, como se intitula, e não apenas de alguns, chegou a vez de tratar dos privados também, daqueles que não têm ADSE, não têm horário de 35 horas, que têm um salário mínimo mais baixo que os portugueses de primeira e de segunda, aqueles que pagam impostos mais altos, aqueles que maioritariamente sustentam a máquina do estado.
    Direitos e regalias iguais para todos os portugueses é o que eu desejo, se possível iguais aos direitos e regalias dos professores, que já ficava satisfeito, poderia até ter uma carreira com progressão automática mesmo para os mais inaptos, ou os direitos e regalias dos políticos, que me deixava ainda mais satisfeito.
    Para aqueles que pensam que temos o melhor ensino do mundo porque temos os melhores professores eu pergunto, em comparação com quê?

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