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Motoristas de matérias perigosas ameaçam com nova greve a partir de dia 7

Carlos Barroso / Lusa

O vice-presidente do Sindicato Motoristas Matérias Perigosas admitiu a possibilidade de uma nova greve, caso a ANTRAM não aceite que o salário base corresponda a dois salários mínimos nacionais e se não for criada uma carreira específica.

Questionado à saída da reunião entre o sindicato e a ANTRAM sobre se uma nova greve está em cima da mesa, Pedro Pardal disse apenas: “Muito provavelmente”. O vice-presidente sindical considerou uma “afronta” o facto de o representante da ANTRAM, segundo as suas declarações, “não vir preparado”.

” Trouxemos hoje uma proposta de um contrato coletivo de trabalho com mais de 70 artigos. A ANTRAM disse que foi surpreendida pelas nossas reivindicações. Nós não estamos a reivindicar nada a mais do que aquilo que já foi reivindicado ainda antes de iniciarmos a greve”, disse Pedro Pardal Henriques.

O vice-presidente do SNMMP adiantou ainda que deu um prazo de uma semana à ANTRAM para que “se pronuncie concretamente sobre os dois principais temas que estão em cima da minha: reconhecimento oficial da categoria de motorista matérias perigosas e o salário base destas pessoas ser igual a dois salários mínimos nacionais”. “No final desta semana, veremos quais são as formas de luta que iremos utilizar“, acrescentou ainda.

A ANTRAM pareceu desvalorizar a possibilidade de uma nova greve. Pedro Polónio, presidente da direção nacional, explicou que “a ANTRAM não trabalha com ameaças de greve. Aceitamos aquilo que é fazível e que faz sentido”.

Em declarações à saída da reunião, Pedro Polónio confirmou que a ANTRAM, “naturalmente, não trazia nenhumas respostas porque não tinha, em primeiro lugar, tido acesso a uma proposta integral e, por outro lado, foi estabelecido um calendário de negociações até ao final deste ano”. “Como tal, achamos que não se pode querer respostas imediatas. É preciso refletir”, acrescentou.

O presidente da ANTRAM adiantou ainda que o objetivo desta reunião “foi ouvir o sindicato” e que agora irá pensar sobre ela. “De amanhã a oito dias, há uma nova reunião onde vamos tentar continuar as negociações — que foi para isso que nos propusemos“, acrescentou Pedro Polónio.

A primeira reunião após a desconvocação da greve que conseguiu esvaziar cerca de metade das bombas de gasolina do país em apenas dois dias. Entre as reivindicações dos motoristas de matérias perigosas está um salário de 1.200 euros, um subsídio de 240 euros e a redução da idade de reforma.

O Governo, através do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, conseguiu um acordo para pôr um ponto final na paralisação, definindo um calendário de negociações.

Durante os três dias de paralisação o sindicato conseguiu mais 200 sócios, que são agora mais de 700, num universo de cerca 900.

ZAP // Lusa

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