Esta quinta-feira, Emmanuel Macron anunciou “uma baixa significativa do imposto sobre o rendimento para as classes médias” e lamentou “ter dado o sentimento de ser duro, por vezes injusto”.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, apresentou esta quinta-feira as suas respostas aos protestos dos coletes amarelos, inspiradas nas sugestões dos franceses dadas durante os meses em que durou o “grande debate”, uma iniciativa de audição das queixas e sugestões dos cidadãos.
“Uma baixa significativa do imposto sobre o rendimento para as classes médias” foi uma das principais promessas de Macron, que disse lamentar “ter dado o sentimento de ser duro, por vezes injusto”.
No que classificou como “um segundo ato” da sua governação, o Presidente saudou as reivindicações dos coletes amarelos, que disse não deverem ser “ocultadas pelos atos violentos praticados por alguns”.
Numa conferência de imprensa no Palácio do Eliseu, Emmanuel Macron disse estar disposto a deixar cair o objetivo de suprimir 120 mil postos de trabalho na função pública e prometeu voltar a incentivar as empresas a darem bónus excecionais no fim do ano, livres de impostos, como aconteceu no ano passado.
Segundo a AFP, o objetivo do Presidente francês “é corrigir injustiças” e assegurar “que o trabalho seja compensador”.
Segundo Macron, o primeiro-ministro Édouard Philippe apresentará em maio “uma profunda reforma da Administração Pública”, que tem como objetivo garantir que “haja mais funcionários no terreno” e disse ainda que pretende pôr fim “às grandes corporações na função pública”.
Além disso, refere o Público, Macron apresentou uma reorganização do Estado, nomeadamente a redução de deputados e a limitação de mandatos para os eleitos políticos e uma nova vaga de descentralização – a revisão constitucional necessária deverá avançar até ao verão, prometeu.
Ainda assim, rejeitou a ideia do referendo de iniciativa cidadã (RIC), que se tornou uma bandeira do movimento dos coletes amarelos, nem a valorização do voto branco nas eleições. No máximo, será reduzido o número mínimo de assinaturas que terão de ser apresentadas à Assembleia Nacional para pedir um referendo popular: de 4,7 milhões para um milhão de assinaturas.
Em relação aos pensionistas, Macron afirmou que uma das intenções é que as reformas “de menos de 2000 euros” voltem a ser atualizadas pelo valor correspondente à inflação a partir de 2020.