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Em vez de chocolates e sumos, máquina vende histórias para serem lidas no metro

E se fosse no metro e passasse por uma máquina de histórias? Só tinha de pressionar o botão e escolher se queria uma história de um, três ou cinco minutos. Isto não é fantasia, é verdade. E uma destas máquinas vai ser instalada esta semana no Reino Unido.

De acordo com uma notícia do Expresso, divulgada na terça-feira, a máquina vai disponibilizar histórias muito curtas, que podem ser lidas em um, três ou cinco minutos, que é como quem diz, entre duas estações de metro.

São histórias que podem ser recolhidas gratuitamente numa das três máquinas de vendas automáticas que esta semana serão instaladas em Canary Wharf, a movimentada zona empresarial de Londres (Reino Unido).

Estas máquinas são semelhantes àquelas em que qualquer pessoa, com umas moedas, pode comprar um chocolate, sandes ou bebidas açucaradas. Agora, com as histórias, “a escolha pode ser bem mais saudável”, indica o Expresso.

“O que motivou a ideia foi o facto de andar de metro todos os dias e ver toda a gente com o olhar colado às ‘apps’, aos jogos e aos ‘tweets’. Então, a ideia de usar este bocadinho do nosso tempo em algo que nos entretenha e que é muito pequeno, como a literatura, é bastante atraente”, explicou ao Guardian o escritor Anthony Horowitz, um dos autores cujas histórias vão estar disponíveis.

As máquinas são desenhadas e produzidas pela Short Édition, uma empresa francesa.

Aliás, estas máquinas já estão em funcionamento em França, em Hong Kong e nos Estados Unidos. O realizador de cinema Francis Ford Coppola é tão apologista da ideia que até investiu na empresa e mandou instalar um dispensador de histórias no seu restaurante, em São Francisco.

As três máquinas que serão instaladas no Reino Unido incluirão todos os géneros, desde romance à ficção cientifica, passando por histórias infantis. Entre os autores estarão nomes consagrados da literatura britânica como Virginia Woolf, Lewis Carroll e Charles Dickens.

“É um desafio escrever uma história que possa ser lida entre duas estações de metro. Adoro mistérios e homicídios, a minha questão era se seria possível escrever em condições um crime em tão pouco espaço, mas foi irresistível. Todo o conceito agradou-me”, justificou Anthony Horowitz, que assina “Mr. Robinson”.

Esta não é a primeira vez que histórias são vendidas nas máquinas automáticas, recordou o Guardian. Em 1937, por exemplo, o fundador da editora Penguin mandou instalar na estação de Charing Cross Road, no centro de Londres, uma ‘Penguincubator’, uma espécie de ‘slot-machine’ que dava livros.

TP, ZAP //

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