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Político italiano anti-vacinação hospitalizado com varicela

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O governador da região italiana de Friuli-Venezia Giulia, Massimiliano Fedriga, conhecido por defender a política anti-vacinação no país, esteve hospitalizado durante vários dias devido a uma infeção por varicela, avançam os média locais.

Tal como nota o jornal italiano Corriere della Sera, Fedriga, membro do partido de extrema-direita Liga do Norte, é conhecido em Itália pela sua postura firme contra a vacinação obrigatória implementada pelo Governo anterior.

A Lei Lorenzi – assim batizada em homenagem à Ministro da Saúde que a promoveu, Beatrice Lorenzi – proibia os menores de frequentar centros educacionais sem os devidos certificados de vacinação atualizados.

Fedriga, de 38 anos, opôs-se fortemente à medida, considerando a imunização obrigatória como “uma ditadura” que não convenceria as famílias anti-vacinas. Apesar disso, o político admitiu que os seus filhos foram vacinados segundo o plano obrigatório do país.

Após o período de internação, o político recorreu às redes sociais para anunciar que já se encontrava bem e que estava em casa a recuperar.

Também através do Facebook, o conhecido imunologia italiano Roberto Burioni aproveitou a oportunidade para se dirigir a Fedriga. O médico começa por desejar-lhe uma “rápida recuperação”, observando que fica feliz em saber que vacinou os seus filhos.

Logo depois, o especialista relembra Fedriga que “infelizmente, a varicela não é só muito contagiosa (e perigosa), mas é também transmitida pelos pacientes antes mesmo de os sintomas aparecerem”. Por isso, sublinha Burioni, a “vacina, que tem uma eficácia de 88 a 98%,” é essencial para “impedir a circulação deste vírus perigoso”.

“A única maneira de evitar estas tragédias (porque são tragédias) é vacinar todos nós para impedir a circulação deste perigoso vírus, que, tal como aconteceu, poderia ter atingido uma pessoa muito mais vulnerável”, sustentou. Para o especialista, quem não se vacina, “sem razão e em nome da ignorância e do egoísmo (porque é disso que se trata, e não de livre escolha)”, põe em risco a vida dos outros.

Recentemente, o mote da Lei Lorenzi foi reiterado pela atual Ministra da Saúde, Giulia Grillo: “Sem vacinas, não há escola”, afirmou há uma semana a governante. Segundo explicou, as crianças até aos seis anos de idade ficarão proibidas de frequentar creches, jardins de infância ou escolas em Itália se não tiverem o plano de vacinação obrigatório.

Grillo disse ainda que as crianças mais velhas poderão matricular-se, mas os pais que não tenham vacinado os filhos estarão sujeitos a pagar uma multa de 500 euros.

ZAP //

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