/

Afinal, “Campo de Trigo com Corvos” não foi a última obra de Vincent van Gogh

Van Gogh Museum / Wikimedia

“Campos de Trigo com Corvos”, de Van Gogh

O Museu Van Gogh considera que identificou de forma errada “Campo de Trigo com Corvos” como a obra final do artista antes do seu suicídio, em julho de 1890.

De acordo com o Hypperalergic, os investigadores do museu de Amesterdão encontraram uma carta do pintor que indica a data em que terminou Campo de Trigo com Corvos: 10 de julho de 1890. Durante as duas semanas e meias que separam a finalização de Campo de Trigo com Corvos e a morte de Vincet van Gogh, a 29 de julho de 1890, o pintor terá iniciado Raízes de Árvores, um quadro que nunca chegou a completar.

Por não estar completo, “Raízes de Árvores” é tido como o melhor candidato a trabalho final de Van Gogh. O pintor raramente deixava pinturas por acabar, nunca começando uma sem terminar outra.

O cunhado de Theo van Gogh, irmão do pintor holandês, chegou a referir numa carta de 1891 outro quadro como sendo o último trabalho do pintor, “Quintas Perto de Auvers”, um “retrato cheio de sol e vida”. Andries Bonger deixaria, mais tarde, de se referir diretamente a este quadro, apresentando uma descrição menos específica da última obra de Van Gogh que se encaixa no estilo mais abstrato de Raízes de Árvores.

O investigador do Museu Van Gogh, Louis van Tilborgh, lê a pintura como um autorretrato do pintor holandês. “As raízes estão deitadas e nuas, arrancas da terra e expostas ao perigo”, explicou.

Esta seria a forma de Vincent Van Gogh de dizer: “Vivo como estas raízes. Fiz o meu melhor. Tive dificuldades na vida. Cresci, passei por contratempos e agora é tempo de acabar. Estou em queda”.

Vincent van Gogh foi um pintor holandês considerado uma das figuras mais famosas e influentes da história da arte ocidental. Criou mais de dois mil trabalhos em pouco mais de uma década, incluindo por volta de 860 pinturas a óleo, a maioria dos quais durante seus dois últimos anos de vida.

As obras abrangem paisagens, naturezas-mortas, retratos e autorretratos caracterizados por cores dramáticas e vibrantes, além de pinceladas impulsivas e expressivas que contribuíram para as fundações da arte moderna.

Van Gogh sofria de episódios psicóticos e alucinações, temendo pela sua estabilidade mental e frequentemente negligenciando a sua saúde física. Van Gogh chegou a cortar parte da sua própria orelha esquerda. Esteve internado em hospitais psiquiátricos e esteve sob os cuidados do médico homeopata Paul Gachet depois de receber alta.

O artista suicidou-se, disparando um revólver contra o seu peito em 27 de julho de 1890, sucumbindo aos ferimentos dois dias depois.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.