A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) voltou a garantir que “tem inventariados todos os bens doados, bem como os que ainda se encontram armazenados à responsabilidade da Câmara Municipal de Pedrógão Grande”.
Na sequência da investigação da TVI, coordenada pela jornalista Ana Leal, a CVP diz não ter “qualquer responsabilidade no armazenamento dos bens doados” nem no “ambiente caótico do armazém transmitido pelas imagens tornadas públicas”.
A investigação em causa dava conta que centenas de donativos enviados pelos portugueses paras as vítimas do incêndio de Pedrogão Grande estavam “escondidos” em armazéns da autarquia em más condições de armazenamento.
Esta é a segunda vez que a instituição esclarece não ter qualquer ligação com a alegada má gestão dos donativos da Câmara Municipal de Pedrógão Grande. Segundo noticiou a TVI, os bens doados para as vítimas dos incêndios de Pedrógão estão armazéns, não tendo ainda sido distribuídos para as famílias.
A a CVP tem sob sua responsabilidade o apetrechamento de 76 habitações que foram atribuídas no âmbito do Fundo REVITA. Deste total, 44 habitações já foram totalmente construídas e 32 ainda estão em fase de conclusão.
“A gestão do armazenamento e a distribuição dos respetivos bens doados são responsabilidade da Câmara Municipal de Pedrógão Grande”, escreve a CVP em comunicado citado pelo semanário Sol.
Quanto ao financiamento da reconstrução de cinco habitações, a Cruz Vermelha assumiu que detetou irregularidades no cumprimento dos critérios de seleção e “suspendeu, de imediato, os pagamentos das obras de reconstrução”.
Esta quinta-feira, a TVI divulgou uma segunda parte desta investigação, mostrando imagens de trabalhadores, que a emissora diz serem da autarquia, a retirar bens doados – como colchões e roupas – dos armazéns. Enquanto recolhe as imagens, a equipa de reportagem da TVI é ameaçada fisicamente por um dos trabalhadores que procedia à retirada dos bens doados.”A gente começa a meter-vos na cova“, diz um dos trabalhadores.
Cruz Vermelha esteve nos armazéns
Na mesma peça, a jornalista questiona o Presidente da Cruz Vermelha, Francisco George, sobre se tinha conhecimento das condições de segurança em que se encontravam os bens doados. Francisco George diz não ter ido ao armazém em causa, mas adianta que foi uma delegação da Cruz Vermelha, que contou com a vice-presidente da instituição.
Esta informação é confirmada pela a coordenadora da Cruz Vermelha para os assuntos do REVITA (o fundo criado pelo Governo em julho de 2017 para apoiar reconstrução de casas destruídas pelo fogo), que é também entrevistada juntamente com o Presidente da CVP e confirma que a instituição esteve no local.
Francisco George admite ter falado várias vezes com Valdemar Alves, o autarca de Pedrógão Grande: “Disse-lhe várias vezes que era intolerável a forma como estávamos atrasados na organização dessas questões”.
Ana Leal confronta novamente o Presidente da CVP dando conta que um ano e meio depois da tragédia os armazéns continuavam a armazenar os bens da mesma forma. A jornalista questiona a o armazenamento dos bens, sublinhado que a CVP teve a última vez no local a 28 de novembro de 2018. Face às questões, Francisco George afirma que “essas situações tem sido sempre atribuídas à responsabilidade naturalmente dos órgãos municipais“.
“Os bens da Cruz Vermelha têm-me sido relatados com frequência, não têm tido problema de armazenamento e estão em fase de conclusão”, explicou Francisco George, notando que o facto de estarem no mesmo armazém que outros donativos “não quer dizer sejam da responsabilidade da Cruz Vermelha”.
Questionado sobre as declarações de Valdemar Alves, que disse há dias que os bens armazenados pertenciam ao REVITA à VCP, Francisco George é claro e reitera que essas declarações não são verdadeiras. “Eu tenho a dizer que isso não corresponde à verdade. Posso dizer-lhe que o presidente da câmara se enganou. Os bens não são e não estão à guarda da Cruz Vermelha Portuguesa. Era absolutamente impensável ter um cenário de menos rigor ou de falta de rigor para a CVP”.
“Não estão a guarda da Cruz Vermelha Portuguesa e quem afirma que estão à guarda da cruz vermelha naturalmente está a faltar à palavra, à verdade (…) em termos honra”, repete o presidente da Cruz Vermelha.
No fim da entrevista, Francisco George afasta a coordenadora da Cruz Vermelha para os assuntos do REVITA. “Fica já a saber que a partir de hoje a senhora não tem mais, nunca mais, este dossiê. A senhora não foi clara a responder a estas questões”.
Na semana passada, Valdemar Alves disse, em comunicado, que os bens doados “têm a sua gestão e entrega a cargo de Instituições e não da Câmara Municipal, que somente forneceu espaço de armazenamento conforme lhe foi solicitado, razão pela qual a vice-presidente refere, e bem, que não temos nenhum eletrodoméstico”.
As elites parasitas da CVP ainda sabem menos dos bens doados do que a máfia de Pedrógão!…
volta depressa Salazar
Não é caso para tanto, mas isto (tudo!) precisava de uma boa vassourada.
Vai tu ter com ele ao inferno!!
Que autarca é este ?! Porque ainda não lhe puseram a mão ? Parece que continuamos um pobre país em que a vigarice parece que prolifera cada vez mais.
O presidente da camara de pedrogao é um grande sacana. E como grande sacana que é, os habitantes de pedrogao estão à espera de quê para dar um arraial de porrada neste corrupto. Quantontas centenas de milhares de euros meteu aos bolsoso com a desgraça do concelho???
Aqui era uma grande vassourada, mas para o tribunal. Contudo, as costas não devem estar somente quentes; devem estar a ferver (seria interessante ir ao mercado e estudar os tentáculos do polvo).