A DECO, associação de defesa do consumidor, acusa a banca de ter promovido com força o MB Way para depois começar a taxar as transferências que tinham sido anunciados como “uma nova solução, barata e rápida, segura e eficiente”, avança o jornal Público nesta sexta-feira.
A associação, citada pelo matutino, acusa a banca de ter criado o “hábito” para agora se assistir “ao início da cobrança de comissões por este serviço”, nivelando-o pelo custo das transferências imediatas.
A DECO reage assim ao anúncio do BPI que, a partir de maio, vai passar a cobrar 1,20 euros pelo comissionamento das transferências realizadas através de MB Way, aplicação criada pela SIBS, gestora da rede Multibanco, e que permite fazer pagamentos ou transferências de dinheiro através do telemóvel, em poucos segundos.
O banco anunciou que criou a sua própria aplicação, onde as transferências podem ser feitas gratuitamente. Outros bancos, à semelhança do BPI, preparam-se para cobrar comissões que podem ir até 1,35 euros por movimento.
Ao Público, o economista da DECO, Vinay Pranjivam, destaca que “a definição do preço é, de facto, livre e da competência do prestador do serviço”, mas destaca que “o que é estranho é o caminho de criar o hábito e, agora, passar a cobrar”. E, no caso em apreço – o aumento de 0,20 euros para os 1,20 euros anunciados – “nada pode ser usado como justificação para o timing e para o aumento desta magnitude”.
Para o economista da associação, a iniciativa do BPI pode ser indiciador “de mais um movimento de cobrança de comissões que se junta a todo o conjunto de comissões cobradas nos serviços bancários”. Pranjivam alerta ainda que pode haver uma “diminuição da utilização do serviço MB Way”.
Atualmente, existem 14 bancos que disponibilizam a funcionalidade de MB Way, tendo mais de um milhão de utilizadores ativos, nota o diário. Metade dos bancos já prevê a cobrança de comissões no MB Way.
Assim as soluções portuguesas serão superadas pelas estrangeiras. Exemplo do Revolut