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Tsunami na Indonésia foi confundido com maré crescente

(h) Banten Police / EPA

As autoridades indonésias confundiram inicialmente o tsunami que causou este sábado pelo menos 222 mortos e 843 feridos com uma maré crescente e chegaram a apelar à população para não entrar em pânico, noticiou a agência de notícias France-Presse.

O tsunami que este sábado atingiu a Indonésia foi inicialmente tratado como uma maré crescente pelas autoridades, que chegaram a apelar à população para não entrar em pânico. “Foi um erro, sentimos muito“, escreveu na rede social Twitter o porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres, Sutopo Purwo Nugroho.

De acordo com as autoridades, o tsunami foi desencadeado por uma maré anormal associada a um deslizamento submarino causado pela erupção do vulcão Anak Krakatoa.

“A combinação causou um tsunami repentino que atingiu a costa”, disse o porta-voz, acrescentando que a agência geológica indonésia estava a conduzir uma investigação para descobrir exatamente o que aconteceu.

A Agência Nacional de Gestão de Desastres da Indonésia adiantou este domingo que o tsunami causou 222 mortos, 843 feridos e 28 desaparecidos, numa atualização dos números do balanço anterior, noticiada pela AP.

A área mais afetada foi a região de Pandeglang, na província de Banten, em Java, que abrange o Parque Nacional de Ujung Kulon e praias populares, de acordo com as autoridades. Das mortes, 33 estavam em Pandeglang.

O vulcão Anak Krakatoa, no Estreito de Sunda, que liga o Oceano Índico ao Mar de Java, entrou em erupção antes do tsunami. O vulcão de 305 metros de altura está localizado a cerca de 200 quilómetros a sudoeste da capital Jacarta e tem sido registada atividade desde junho.

Ghazali / EPA

O vulcão do monte Anak Krakato, na ilha de Lampung, na Indonésia, está em actividade

Em julho, as autoridades ampliaram a proibição de acesso para uma área de dois quilómetros à volta da cratera.

O tsunami atingiu Lampung, Samatra, e as regiões de Serang e Pandeglang, em Java. O país situa-se no chamado Anel de Fogo do Pacífico, zona de forte atividade sísmica, situada na convergência de três placas tectónicas (indo-pacífica, australiana e eurasiática).

A Indonésia está localizada no Anel de Fogo do Pacífico, um arco de linhas de falhas na Bacia do Pacífico com mais de 400 vulcões, dos quais pelo menos 129 ativos. A região, com grande atividade sísmica e vulcânica, regista cerca de sete mil terramotos por ano – na sua grande maioria moderados.

Gringer / wikimedia

Anel de Fogo do Pacífico

O desastre natural mais recente na Indonésia aconteceu a 28 de setembro, quando mais de duas mil pessoas morreram na ilha de Celebes na sequência de um terramoto seguido de tsunami, causando ainda milhares de feridos e desaparecidos.

A ilha turística de Lombok, perto de Bali, no sul da Indonésia, foi atingida por dois fortes terramotos a 29 de julho e a 05 de agosto, seguidos por réplicas, e de um novo sismo de magnitude 6,9, a 19 de agosto, causando mais de meio milhar de mortos.

Em dezembro de 2004, um sismo de magnitude 9,1 também ao largo de Samatra, provocou um tsunami que matou 230 mil pessoas em 14, das quais 168 mil na Indonésia.

ZAP // Lusa

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