“Uma coisa ótima de estar em Guadalajara é não ler jornais portugueses”, diz a ministra que os tutela

A ministra da Cultura, Graça Fonseca

Este sábado, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, disse que “uma coisa ótima de estar em Guadalajara” é que não vê “jornais portugueses” há quatro dias.

Graça Fonseca viajou até ao México para visitar a Ferira do Livro de Guadalajara. Questionada pelos jornalistas sobre a ideia de se usar velcro em vez das bandarilhas nas touradas, a ministra da Cultura respondeu: “não sei, não vou comentar o que não conheço”.

“Uma coisa ótima de estar em Guadalajara há quatro dias é que não vejo jornais portugueses”, ironizou a ministra, rejeitando comentar as touradas sem sangue a com velcro.

Segundo a Renascença, a ministra, que também tutela a comunicação social, preferiu dirigir a entrevista para a feira do livro em que está a participar. “Estamos num sítio extraordinário a falar de cultura portuguesa, não quero voltar a falar de touros. Hoje quero mesmo só falar de literatura e a minha tourada hoje vai ser aqui na feira de Guadalajara.”

A proposta do uso do velcro vai ser apresentada por Pedro Delgado Alves, deputado socialista que votou a favor do fim das touradas. A ideia segue aquilo que já se faz nos Estados Unidos, Canadá e Grécia, e consiste em colocar uma capa de velcro sobre o dorso do touro onde são coladas as bandarilhas. Desta forma, o animal não é espetado e não há sangue.

À rádio Renascença, o deputado explicou que “há apenas dois deputados que estão a estudar o direito comparado e a situação na Califórnia – portanto, não há ainda um projeto – e não é um projeto do PS, é uma iniciativa de estudo e de avaliação de uma possibilidade de realização de espetáculos tauromáquicos sem haver a utilização de bandarilhas”.

Apesar de ainda não se configurar como um projeto, ainda poderá vir a sê-lo. “É importante, neste processo, ouvir as associações de um lado e do outro do debate, para garantir que tem lugar a atividade tauromáquica e para garantir que salvaguarda o bem-estar animal”, explica.

Em outubro, a ministra da Cultura viu-se envolvida numa polémica ao manter-se irredutível sobre a não descida do IVA nas touradas, de 13% para 6%.