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Sem sangue e com velcro. PS quer touradas “à americana”

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De acordo com Pedro Delgado Alves, a ideia trata-se ainda de uma iniciativa em estudo, com vista à “realização de espetáculos tauromáquicos sem a utilização de bandarilhas”.

O deputado socialista disse à Renascença que, para já, é apenas uma ideia em análise por dois deputados socialistas, mas que poderá avançar se houver consenso.

A ideia é aplicar velcro no touro, como se faz noutros países. Este modelo segue aquilo que já se faz nos EUA, Canadá e Grécia, por exemplo. É colocada uma capa de velcro sobre o dorso do touro onde são coladas as bandarilhas. O touro não é espetado e não há sangue.

Por outro lado, como o touro que não sangra, não enfraquece, e investe com mais força nos forcados. O touro bravo que não é picado também perde reação, o que pode dificultar a arte do toureio a pé ou a cavalo.

Ainda assim, Manuel Alegre considera a ideia “interessante”, segundo o jornal Expresso. A associação Protoiro também admite que “pode ser” uma solução.

“É importante, neste processo, ouvir as associações de um lado e do outro do debate, para garantir que tem lugar a atividade tauromáquica e para garantir que salvaguarda o bem-estar animal”, explica.

O deputado do PS voltou a sublinhar que não é considerado um projeto de lei. “É muito prematuro, muito embrionário falar sequer de haver um projeto – não estamos sequer nessa fase, estamos só a ouvir várias pessoas”, reafirmou Pedro Delgado Alves.

A iniciativa “foi saudada” pelos pares “como uma ideia interessante para explorar”, mas ressalva que “para já também é muito cedo para fazer qualquer juízo – são apenas comentários a algo inspirado na legislação de outro país e não é o momento ainda de percebermos quais são as posições de cada pessoa”.

ZAP //

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17 Comments

  1. Pois, o que não compreendo é como esta, ou outra medida equivalente, não foi implementada mais cedo.
    Penso que é uma boa solução de compromisso…

  2. Parece ser uma solução excelente!
    Nesse caso o mesmo touro iria poder participar em vários espetáculos o que iria aumentar o interesse pois haveria estatísticas de um lado e do outro, e as pessoas poderiam torcer pelo touro se quisessem! E também seria interessante colocar coletes especiais nos forcados (tal como há protecções especiais no futebol americano por exemplo), não há a necessidade de haver sangue de um lado ou do outro, estamos no século XXI.
    Parabéns ao PS por pensar fora da caixa. Por favor não alimentem violência desproporcionada e desnecessária só por “diversão”.
    1 abraço a todos.

    • Pessoalmente eu até equiparia o touro com capacete e joelheiras…

      Agora mais a sério, parece-me uma excelente ideia. De resto é a única ideia de jeito que este Governo sugeriu até ao momento. Os meus parabéns. Há que dar mérito.

  3. E já agora as discotecas fechadas muito mais cedo pois há sangue e mortes pelas madrugadas algumas vezes já dia, há que civilizar o ser humano que parece cada vez mais retroceder com tanta liberdade mal aplicada, os impostos não podem aproveitar-se de tudo correndo o risco da situação dar para o torto.

  4. Mais de 20 anos atrás, propuz uma solução semelhante a um toureiro.
    A resposta foi curta e simples. “Não serve porque não há sangue”.
    Tudo dito….

  5. Estou completamente de acordo com os comentarios, ha muita maneira de lidar com os animas sem os faser sofrer.. Pois se tudo tem ALMA VEGETAIS, ANIMAIS etcetc e se formos a questoes BIBLICAS so deviamos consumir VEGETAIS , CARNE DE ANIMAIS etcetc ABENÇOADOS AS podemos nos alimentar sem que os SERES VIVOS SEJAM MASSACRADOS AS NAS SUAS ALMAS,mas sim que morram sem sofrer ate que haja pela CIENCIA outros metodos SE NOS ALIMENTAR SEM FAZER SOFER AS ALMAS DE TAIS SERES AMEN
    AGP

  6. Sinto desiludi-los mas seja como for, o destino do touro será sempre o mesmo: depois de ter estado na arena será abatido. “Nenhum touro pode ser lidado duas vezes”, disse Marcelo Cardoso, dono de uma coudelaria onde cria cavalos lusitanos. Esta proposta não passa de um jogo de luzes para acalmar os ânimos desta onde de revolta que se levantou ultimamente com o objectivo de não haver referendo como se pede.

  7. Patético, parte muito significativa do sofrimento do touro é provocada pela retirada da manada e pelo transporte. Todo o maneio é altamente stressante.

    Para além disso continua a não haver consentimento, continua a haver uso e abuso de um ser por vontade de outros. Ou alguém acha que com velcro touros e cavalos já se divertem?!

    Admitem que há sofrimento, não há como o negar, portanto acabem com ele.

    • Na verdade, a tourada “à portuguesa” constitui um dos espetáculos legalmente permitidos, mais cruéis em todo o mundo civilizado tendo em conta os processos a que são sujeitos os touros antes e depois da corrida. Poucas horas antes do espetáculo os touros, depois de separados do resto da manada, são imobilizados e com uma serra são-lhe cortados os cornos que depois são revestidos com as chamadas “embolas” de ferro forradas a couro, processo doloroso e stressante para o animal. Depois de terminada a corrida não recebem qualquer tipo de assistência veterinária. Em vez disso, ainda vivos, são novamente imobilizados para que lhes sejam arrancadas as multiplas bandarilhas e ferros que têm espetados no dorso. Para retirar as lâminas é necessário efetuar alguns cortes com uma navalha. Os touros são depois transportados para o matadouro, gravemente feridos, onde aguardam o abate, geralmente à segunda-feira…

      http://basta.pt/tourada-portuguesa-crueldade-escondida/

  8. Para os que dizem que assim não é tourada a serio, acho muito mais corajoso enfrentar um touro saudável que um moribundo e a esvair-se em sangue

  9. E quanto a ser permitida matança de animais em propriedade privada como é o caso da caça?
    Porque nao se acaba primeiro com esse flagelo?
    Ou com as lutas (box e outros que tais) entre humanos que por vezes levam à morte de interveniente, para “bel prazer” dos espectadores…
    Ou será mais importante acabar com o arroz de cabidela para nao se matares os galinaceos á facada?

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