Investigadores identificaram a popa de um navio da Segunda Guerra Mundial, atingido por uma mina japonesa no Mar Bering há quase 75 anos. O destroço foi agora encontrado nas águas das Ilhas Aleutas, no Alasca.
Tecnologias de sonar e robôs aquáticos permitiram aos investigadores identificar a popa do USS Abner Read, arrancada do navio de guerra a 18 de agosto de 1943, a cerca 88 metros abaixo da superfície do Mar de Bering, perto da ilha de Kiska, no Alasca. Cerca de 71 marinheiros americanos perderam a vida no naufrágio.
“Não havia dúvidas“, disse em comunicado o líder da expedição Eric Terrill, oceanógrafo do Scripps Institution of Oceanography e co-fundador do Project Recover, uma parceria público-privada que colaborou nas buscas.
“Nós conseguimos ver claramente a popa partida, a arma e o controle do leme, todos consistentes com os documentos históricos” da época, explicou.
No momento do naufrágio, o USS Abner Read estava a patrulhar as águas de Kiska, no Alasca – que, juntamente com a ilha de Attu, era um dos dois únicos territórios dos EUA ocupados pelos japoneses durante a guerra. Por volta da 1h50, no horário local, deu-se uma enorme explosão que destruiu o navio de guerra. Acredita-se que tenha sido uma mina japonesa a causar a explosão.
O Abner Read, batizado em homenagem a um herói da Marinha da Guerra Civil, foi quase totalmente dilacerado e os marinheiros atirados para o mar gélido. Apesar dos graves danos que a embarcação sofreu, a tripulação conseguiu impedir que a água chegasse à parte principal do navio, garantido assim a estabilidade do caso. Dois navios da Marinha ajudaram depois a rebocar os restos do navio até ao porto.
“Este foi um dano catastrófico que, por todas as razões, deveria ter afundado o navio inteiro”, disse Sam Cox, curador da Marinha e diretor do Comando de História e Património da Marinha, no mesmo comunicado.
Apesar da destruição, o navio foi reparado e continuou a travar outras guerras contra os japoneses no Pacífico, antes de ser totalmente afundado em novembro de 1944. No entanto, a popa da embarcação nunca foi encontrada (até então). Durante o seu serviço de guerra, o Abner Read ganhou quatro estrelas de batalha.
Para encontrar o destroço, uma equipa de investigadores do Scripps Institution of Oceanography da Universidade da Califórnia, nos EUA, e da Universidade de Delaware começou a vasculhar o leito do oceano através de um sonar multi-feixes. Quando era detetado um alvo provável, os cientistas enviavam um submarino operado remotamente para captar imagens do objeto. Um destes vídeos confirmou que a popa pertencia ao USS Abner Read.
Naufrágios como o Abner Read são protegidos de buscas realizadas diretamente por mergulhadores, que podem danificar ou perturbar o local.
Esta é apenas a mais recente descoberta de uma série de navios e aeronaves da Marinha recentemente identificados. No início deste ano, a Project Recover encontrou dois bombardeiros B-25, enquanto outras equipas de busca localizaram submarinos, navios de guerra e até um naufrágio da Guerra Civil dos EUA recorrendo a tecnologia semelhante.
“Entramos numa nova era de exploração“, disse Mark Moline, cofundador do projeto. “Novos sensores e robôs subaquáticos aperfeiçoados estão a ser utilizados e podem transmitir imagens em tempo real, impulsionando novas descobertas”, concluiu.
ZAP // LiveScience / IFLScience
Popa, proa, popa!? Em q ficamos?
Caro Filipe,
É popa. Obrigado pelo reparo. Está corrigido.
ZAP, jJá agora, a imagem não foi capturada (porque não estava em fuga) 🙂
Alterem para captada.
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.