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Em 3 meses, a ONU recebeu 70 denúncias de abuso sexual cometido pelos seus funcionários

Basil D Soufi / wikimedia

Assembleia Geral das Nações Unidas

A Organização das Nações Unidas recebeu, entre abril e junho, um total de 70 denúncias de alegados abusos sexuais cometidos pelos seus funcionários e outras entidades com as quais colabora.

O número é superior aos 54 casos identificados nos primeiros três meses do ano. Os dados, divulgados periodicamente pela própria organização, funciona como medida de uma nova estratégia de “tolerância zero” contra este tipo de abusos.

No segundo trimestre, a ONU recebeu 43 acusações, nas quais existiriam membros da organização envolvidos – 18 relacionados com operações de paz e 25 com funcionários de agências da organização.

Além disso, somam-se mais 24 denúncias contra funcionários que colaboram com as Nações Unidas no terreno e três contra forças internacionais autorizadas pelo Conselho de Segurança, mas que não atuam sob a bandeira da organização.

Até agora, três denúncias foram confirmadas após uma investigação, duas não foram comprovadas e quatro casos foram encerrados por outros motivos.

A grande maioria das acusações está a ser investigada no momento ou está numa fase de análise preliminar, disse aos jornalistas o porta-voz Farhan Haq. Além disso, 16 casos foram repassados aos  Estados membros para que tomem medidas, acrescentou Haq.

No total há 84 vítimas – alguns casos envolvem mais de uma -, inclusive 17 meninas menores de idade e um jovem com menos de 18 anos.

A maioria dos incidentes ocorreu em 2018 (27), embora também haja registo de acusações relativas a anos anteriores. Existem ainda 17 casos sem data precisa.

Os repetidos abusos sexuais cometidos por funcionários da ONU, sobretudo nos chamados “capacete azul” destacados em países africanos, geraram nos últimos anos um grande escândalo para a organização.

Face a isto, o secretário-geral, António Guterres, fez do assunto uma das prioridades do seu mandato e iniciou uma ampla estratégia para dar mais visibilidade ao problema,dando apoio às vítimas e garantindo que todos os casos sejam investigados e os responsáveis punidos.

ZAP // EFE

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