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Macron espalha charme por Lisboa (e tenta abafar a “tempestade” Benalla)

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Christophe Petit Tesson / EPA

O presidente francês, Emmanuel Macron

O Presidente de França, Emmanuel Macron, está em Lisboa, para um encontro oficial com o primeiro-ministro António Costa, onde vai reforçar a sua posição pró-Europa, quando enfrenta a maior crise política interna, desde que chegou ao Eliseu. Tudo por culpa do caso Benalla.

O primeiro-ministro recebe nesta sexta-feira, em Lisboa, o chefe de Estado francês num momento em que Portugal e França defendem posições idênticas sobre o futuro da União Europeia, como a reforma da Zona Euro e o orçamento europeu.

Macron, que é um líder bastante popular a nível mundial, vive por estes dias a pior fase política desde que foi eleito Presidente de França, fruto do caso que envolveu o seu ex-guarda-costas, Alexandre Benalla, que foi acusado de violência na manifestação do Dia do Trabalhador, a 1 de Maio.

O Chefe de Estado francês disse em Espanha, por onde passou antes de rumar a Lisboa, que se trata de “uma tempestade num copo de água”. Mas vai ter que enfrentar a sua primeira moção de censura.

Além disso, a sondagem mensal realizada para a revista Le Point dá a Macron 60% de opiniões desfavoráveis. Trata-se do nível mais baixo do Presidente francês desde que chegou ao Eliseu, em Maio de 2017, como constata o Le Nouvel Observateur.

“Portugal e a França estão do mesmo lado”

Afastando-se desse ambiente nefasto interno, Macron passou o dia de ontem em Espanha e hoje, está em Lisboa, onde participará com António Costa e o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, na cimeira das interligações energéticas. Isto depois de um almoço de trabalho com António Costa, onde vão afinar posições sobre os principais temas da agenda europeia.

“Portugal e a França estão do mesmo lado em relação às principais questões em debate na União Europeia”, refere à agência Lusa fonte do Governo nacional.

Perante o Parlamento Europeu, com um intervalo de um mês, António Costa e Emmanuel Macron defenderam posições idênticas em matérias como a reforma do Euro e a criação de um orçamento da União Europeia pós-2020 “ambicioso”.

Em Março, no hemiciclo de Estrasburgo, no quadro dos debates sobre o “Futuro da Europa”, António Costa dedicou parte significativa do seu discurso à ideia de implementar “uma verdadeira União, mais coesa, económica, social e politicamente”, defendendo “a criação de uma capacidade orçamental própria da Zona Euro”.

Um mês depois, em Abril, no âmbito da mesma iniciativa, também em Estrasburgo, Emmanuel Macron defendeu a criação de novos recursos próprios para reforçar o orçamento comunitário e considerou “indispensável” a reforma da União Económica Monetária (UEM) até final da legislatura.

Outro ponto em que os governos de Portugal e França têm estado em convergência diz respeito à questão das migrações e refugiados.

No passado dia 15, o Governo português comunicou que, “num espírito de solidariedade europeia”, Portugal, Espanha e França, assumiam em conjunto a disponibilidade para receber, cada um, 50 pessoas de um grupo de 450 migrantes resgatados no Mediterrâneo.

No primeiro ponto do programa da sua visita a Lisboa, durante a manhã, Macron participou com António Costa numa iniciativa intitulada “Encontro com cidadãos”, na Fundação Calouste Gulbenkian. Antes disso, e sem a presença da comunicação social, o primeiro-ministro e o chefe de Estado francês visitaram a galeria de arte islâmica do Museu Calouste Gulbenkian.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Macron espalha charme por Lisboa (e tenta abafar a “tempestade” Benalla)
    Os nossos políticos por cá também fazem o mesmo, quando a coisa corre mal nada como se meterem num avião e irem passar uns dias fora até que outra novidade surja!.

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