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Parlamento chumba abolição das touradas

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A abolição das touradas proposta pelo PAN ficou-se pela discussão na generalidade, com rejeição garantida da maioria do Parlamento, que argumentou contra a imposição de uma vontade a parte significativa dos portugueses.

O deputado do PAN, André Silva, afirmou que nenhum partido que se diz progressista e defenda que deve continuar a haver touradas pode dizer que “apanhou o comboio do progresso”, afirmando que para a maioria do Parlamento, os “falaciosos interesses económicos” por trás da tauromaquia valem mais do que padrões éticos.

A mesma Assembleia da República que aprova legislação a condenar a violência sobre os animais admite que esta aconteça, desde que no contexto das corridas de touros, apontou.

O deputado socialista Hugo Costa manifestou a discordância com o projeto de “proibição radical” do PAN, cuja aprovação “levaria a conflitos desnecessários” e poria “portugueses contra portugueses”. As touradas, defendeu, são reconhecidamente “parte da cultura popular portuguesa” e é “dever do Estado” proteger as manifestações culturais.

O social-democrata Joel Sá afirmou que o PAN quis “à pressa e sem cuidado impor à sociedade uma visão incompleta do mundo”. O argumento do PAN de que a tourada está em declínio não é certo para o PSD, que questiona “então porquê abolir o que está em declínio?”. As touradas são “um legado histórico, social e cultural”.

Da bancada do CDS-PP, Telmo Correia considerou que o PAN não tem o direito de querer impor a sua opinião a “populações inteiras” que têm na tourada “uma forma de vida do meio rural”. A uma proposta com apenas três artigos, Telmo Correia respondeu “numa palavra, não”.

Dirigindo-se a André Silva, questionou a sua legitimidade para impor “hábitos lisboetas”, numa referência à origem da maioria dos votos que elegeram o deputado do PAN para a Assembleia da República. Entre os deputados do CDS-PP há quem goste e quem não goste de touradas, mas ninguém quer proibi-las, acrescentou.

Pelos Verdes, Heloísa Apolónia reconheceu que as touradas são um espetáculo violento que implica sofrimento real e que já devia ter saído das transmissões televisivas e, mantendo-se as transmissões, deviam ser classificadas para maiores de 18 anos, propostas do partido ecologista que a assembleia chumbou.

O debate, a sensibilização e a consciencialização das pessoas são fundamentais “para que deixe de haver adesão generalizada a um espetáculo desta natureza”, afirmou a deputada, disponibilizando-se para deixar passar o projeto de lei do PAN à discussão na especialidade.

Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda, afirmou que o partido admitiria discutir na especialidade a proposta, para lhes acrescentar as suas próprias ideias para resolver o problema do que viria depois da proibição.

O destino a dar aos animais a serem criados atualmente para as touradas é uma das questões que se coloca, afirmou, defendendo ainda o fim dos apoios públicos às touradas. “Leis minimalistas” trouxeram “consequências graves” no passado, disse.

Ângela Moreira, do PCP, considerou que o PAN “não admite outras culturas, identidades e tradições, só admite os seus padrões e quer impô-los“. A abolição “pela lei e à força” das touradas entraria em “conflito direto com as populações”, que entrariam em confronto com as autoridades encarregadas de aplicar uma lei que não respeitaria “a diversidade cultural e a universalidade dos direitos”.

// Lusa

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5 Comments

  1. E é isto que temos. Somos governados por uma “elite” que defende os seus próprios interesses para agradar a uns quantos que se regozijam com o sofrimento dos outros. A manter-se a tradição e cultura portuguesas desta forma, vá-se lá saber porque é que acabaram com os Autos da Fé. Esses também eram muito populares na sociedade portuguesa.

  2. Qual Bloco, qual PCP, qual PS… quando um verdadeiro assunto se coloca, vergam aos interesses dos lobbies e votam pela continuidade de um “espectáculo” de tortura e sangue. Mais respeito pelos touros do que pela quadrilha jerónimo-catarina-costa-heloísa. Se alguém deveria levar bandarilhas não seriam os touros.

  3. Deus deu tudo aos homens (e às mulheres) para serem felizes mas estes não se contentam com nada e em vez de aproveitarem, viram-se a espetar ferros nos desgraçados dos touros.
    Atendendo ao que Deus lhes deu, bem podiam abdicar de torturar os pobres dos animaisinhos.

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