O número dois do regime cubano foi eleito, esta quinta-feira, para suceder ao atual Presidente, pondo fim a cerca de seis décadas de poder dos irmãos Castro.
Designado como o único candidato, Miguel Diaz-Canel, de 57 anos, foi confirmado pelos parlamentares por um período renovável de cinco anos, com 603 votos dos 604 possíveis, ou 99,83% dos votos, informou o Cubadebate, o portal oficial cubano na Internet.
Depois de o resultado ter sido conhecido, os deputados cubanos aplaudiram o novo Presidente, que foi felicitado com um aperto de mãos e um abraço pelo seu antecessor, Raúl Castro.
Juntamente com Díaz-Canel, foram também eleitos os restantes membros do Conselho de Estado (principal órgão de governo em Cuba), com o veterano Salvador Valdés Mesa como primeiro vice-presidente da ilha.
O grupo de cinco vice-presidentes estará integrado pelo “histórico” Ramiro Valdés, o ministro de Saúde Roberto Morales, a responsável de contas públicas Gladys Bejerano, a diretora do Instituto de Recursos Hidráulicos de Cuba Inés María Chapman e a presidente da Assembleia provincial de Santiago de Cuba, Beatriz Johnson.
O Conselho de Estado também fica composto por outros 23 vogais e um secretário, cargo ocupado novamente por Homero Acosta.
Depois dos resultados, o presidente do Parlamento, Esteban Lazo, convidou o agora líder a ocupar o seu novo lugar na Presidência da Assembleia, lugar onde Díaz-Canel brindou Raúl Castro com um cumprimento militar e outro abraço. O ex-Presidente levantou depois o braço do seu sucessor, num clássico gesto da iconografia revolucionária.
Esta é a primeira vez em 60 anos que o chefe de Estado cubano não tem apelido Castro. Cuba foi liderada pelo “histórico” Fidel Castro de 1976 a 2008 (o líder da revolução esteve antes como primeiro-ministro de 1959 a 1976) e depois com Raúl até agora.
Apesar de deixar o poder, Raúl continuará como secretário-geral do Partido Comunista de Cuba até ao próximo congresso, previsto para 2021, o que faz muitos cubanos pensarem que a passagem de testemunho para Díaz-Canel não trará mudanças significativas.