A França vive o cenário de pior “escassez” de manteiga desde a II Guerra Mundial, o que está a deixar consumidores e pasteleiros em “pânico”, tanto mais quando se aproxima a época do Natal. Os preços dos croissants e do bolo-rei podem disparar.
A corrida dos franceses à manteiga que ainda resta nas prateleiras das lojas já se começa a notar, com o crescente receio de que este produto tão necessário na pastelaria venha a faltar. O jornal Economie Matin refere que 30% dos franceses que queriam comprar manteiga, já não o conseguiram fazer.
De acordo com a publicação, o país vive um cenário de “verdadeira escassez, a pior já vista desde a Segunda Guerra Mundial”, o que está a deixar em “pânico” consumidores e pasteleiros.
Alguns já começaram a virar-se para a margarina como alternativa e há empresários de pastelaria, nomeadamente os que fabricam os famosos croissants, que ameaçam aumentar o preço desta iguaria tão apreciada pelos franceses.
Com o aproximar da época de Natal, os consumidores podem esperar aumentos de preços em outros doces como o bolo-rei.
Preços dispararam 180%
Esta “crise da manteiga”, como já é apelidada, deve-se a uma conjugação de factores, a começar pela baixa de produção verificada no sector leiteiro. A França vive com este problema desde 2009 e o fim das quotas leiteiras na União Europeia, em 2015, veio agravar a situação.
“Uma baixa da lactação das vacas e uma baixa da colecta durante o período de Verão, conjugadas com uma procura muito forte de países estrangeiros que fez aumentar os preços”, explica o ministro da Agricultura, Stéphane Travert, citado pelo Le Monde.
A imprensa francesa destaca que o preço da tonelada de manteiga passou, em apenas seis meses, dos dois mil euros para os sete mil euros. Trata-se de uma subida da ordem dos 180%.
O ministro refere que, “progressivamente, as coisas vão voltar ao normal”, logo que se entre no ciclo de produção de Outono-Inverno, com a reposição dos níveis de produção.
Mas para a associação de Jovens Agricultores (JA), esta “crise da manteiga” é alimentada pelos distribuidores por não quererem pagar “o preço justo” aos produtores.
“Não há falta de manteiga, é uma intoxicação mantida pelos distribuidores”, salienta o presidente da JA, Iban Pebet, citado pelo jornal La République des Pyrénées.
“Produzimos matéria-prima suficiente, e portanto manteiga, para alimentar as grandes superfícies. São eles que não querem pagar o preço certo”, acrescenta Pebet.
dos dois mil euros para os sete mil euros. Trata-se de uma subida da ordem dos 180% – Pelas minhas contas a subida é na ordem dos 350% 🙂