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Depois do caso Weinstein já há uma lei que protege as modelos

Depois de várias atrizes e modelos denunciarem o produtor cinematográfio Harvey Weinstein, a indústria da moda também o fez. Em defesa das modelos, surgiu a Model Alliance – uma organização que se aliou a Nily Rozic na luta contra o assédio sexual no mundo da moda.

A Model Alliance – uma organização que trabalha no âmbito da proteção das modelos – anunciou recentemente uma parceria com a deputada nova-iorquina Nily Rozic para que seja criada uma lei que proteja as modelos do assédio sexual ou outro tipo de abusos.

Depois de o escândalo Weinstein ter sido publicado no New York Times – onde se dava conta da prática de abuso sexual por parte do produtor norte-americano Harvey Weinstein – várias foram as mulheres (incluindo nomes como Léa Seydoux, Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow ou Cara Delevingne) que se insurgiram, partilhando alguns episódios por que passaram, através das redes sociais.

Models Harassment Protection Act é o nome da lei e tem como objetivo principal salvaguardar as modelos de assédio sexual ou qualquer outro tipo de abuso no trabalho. Caso seja aprovada, entrará em vigor em todo o estado de Nova Iorque.

(dr) Sara Ziff

Sara Ziff com Nily Rozic

“É hora de transformar a indignação em lei”

“As modelos são muitas vezes obrigadas a posarem nuas sem o seu consentimento prévio e são várias vezes sucumbidas à pressão sexual por parte de quem controla as suas carreiras.” afirmou Sara Ziff, fundadora da Model Alliance, em comunicado. “É hora de responsabilizar quem de direito e transformar a indignação em lei.”, acrescentou.

Muitas vezes, as modelos são contratadas de forma independente e não têm os mesmos benefícios que outros trabalhadores, com contratos fixos, e acabam acabam por ficar expostas a situações impróprias de trabalho: a Models Harassment Protection Act pretende também , acabar com este tipo de situações.

Em consequência da mediatização do caso Weinstein, surgiram outras denúncias a abusos. Exemplo disso é a portuguesa Sara Sampaio, que partilhou nas redes sociais a experiência que teve com a revista francesa Lui. “Sinto-me violada, mal tratada e desrespeitada como profissional e como mulher.”, denunciou a modelo, depois de ter visto fotografias suas serem publicadas sem autorização.

30 anos de carreira em queda livre

Andrew Gombert / EPA

O produtor Harvey Weinstein que esteve por trás de filmes como como “Reservoir Dogs”, “Pulp Fiction” e “Malèna”.

Harvey Weinstein – produtor de cinema em Hollywood – é acusado de assediar sexualmente dezenas de mulheres, durante mais de 30 anos. O primeiro artigo em que Weinstein era denunciado foi publicado no dia 5 de outubro no New York Times – depois de meses de insvestigação das jornalistas Jodi Kantor e Megan Twohey. Cinco dias depois um outro artigo escrito por Ronan Farrow foi publicado pela revista New Yorker.

Weinstein foi demitido de imediato da The Weinstein Company – a empresa onde o próprio é co-presidente.  

Ainda hoje, as acusações não param de se multiplicar. No total, e ao longo de 30 anos, são mais de trinta mulheres que acusam Harvey de as ter assediado sexualmente. Ashley Judy, Katherine Kendall, Rose McGowan, Tomi-Ann Roberts, Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Cara Delevingne e Lea Seydoux são algumas das mulheres que acusaram Weinstein.

Harvey Weinstein, com mais de 30 anos de carreira, produziu filmes como Gangsters de Nova IorquePulp FictionA Paixão de Shakespeare, O Discurso do Rei, O Aviador e O Senhor dos Anéis.

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