O Governo PSD/CDS-PP negou hoje, através do ministro da Presidência, que já tenha optado por sair do actual programa de resgate “à irlandesa”, sem um programa cautelar, e comunicado essa intenção à “troika”.
Em resposta à comunicação social, na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes afirmou que a opção entre adoptar ou não um programa cautelar só será tomada mais para a frente, “no momento certo”, e que “o momento certo não é com três meses de antecedência”.
Num esclarecimento entretanto enviado à agência Lusa pelo seu gabinete, o próprio primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, reafirma que “nenhuma decisão foi tomada nesta matéria pelo Governo português e que nenhuma preferência sequer foi comunicada a qualquer instituição”.
“A avaliação sobre os termos em que se concluirá o Programa de Assistência Económica e Financeira não deixará de ser feita oportunamente, muito perto da conclusão do programa [prevista para maio]. Nessa altura então, e de modo transparente, o Governo comunicará a sua decisão sobre esta questão”, acrescenta o chefe do executivo PSD/CDS-PP.
Segundo o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, “o país tem todo o interesse em ir analisando as circunstâncias e só tomar essa decisão quando tiver mesmo de a tomar, e esse momento ainda não chegou”.
“Temos tempo. Temos de avaliar a evolução da situação para, no momento certo, escolher aquela que seja a melhor solução para o país”, sustentou Luís Marques Guedes, acrescentando que “não se trata aqui de escolhas de interesse político-partidário”, mas sim de “encontrar a solução que seja a mais interessante para o país”.
As afirmações do ministro da Presidência e do primeiro-ministro foram feitas em reacção a uma notícia do Diário Económico segundo a qual o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, “já disse à ‘troika’ que Portugal quer sair à irlandesa“.
Na nota enviada pelo gabinete do primeiro-ministro à Lusa, Pedro Passos Coelho declara que esta notícia “não tem qualquer fundamento”.
Na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência considerou que “se trata de um caso típico de uma manchete jornalística inventada”, neste caso, com “50% de hipóteses de acertar“.
A posição do Governo sobre esta matéria “já foi repetida à exaustão”, referiu Luís Marques Guedes: “Já foi repetida à exaustão pelo senhor primeiro-ministro, pela senhora ministra de Estado e das Finanças, pelo senhor vice-primeiro-ministro, por mim próprio, por vários outros membros do Governo”.
/Lusa