Uma denúncia de dois ex-governantes levou o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) a investigar um negócio de 1,4 milhões de euros concretizado entre o ex-director-geral da Energia e a EDP.
O Observador teve acesso aos dados do processo e reporta que o DCIAP está a investigar a venda à EDP de 40% das acções de uma empresa de certificação energética que pertenciam ao ex-director-geral da Energia.
Miguel Barreto, que esteve na Direcção Geral da Energia entre 2004 e 2008, terá recebido cerca de 1,4 milhões de euros pelo negócio.
As suspeitas em torno da venda das acções foram levantadas depois de denúncias do ex-secretário de Estado da Energia do Governo de Passos Coelho, Henrique Gomes, e do seu ex-chefe de gabinete, Tiago Andrade e Sousa, reporta o jornal online.
Estes elementos terão levantado dúvidas quanto à concessão à EDP de uma licença ilimitada para a exploração da Central Térmica de Sines.
Esta licença terá sido aprovada por Miguel Barreto em 2007, e estará avaliada em “várias centenas de milhões de euros”, mas terá sido concedida sem ter ficado definida qualquer contrapartida económica para o Estado, avança o Observador.
Três anos depois da atribuição da licença, Miguel Barreto vendeu a participação na empresa Home Energy II, SA, fundada em 2008, à EDP por 1,4 milhões de euros.
Estes contornos estão a ser investigados pelo DCIAP no âmbito das suspeitas de corrupção que envolvem a EDP e que já levaram à constituição como arguido de António Mexia, o actual presidente executivo da empresa.