A chanceler alemã Angela Merkel acertou com a Grécia os termos de um novo acordo, para a resolução da crise no país, que deixou o seu ministro das Finanças Wolfgang Schäuble, apoiado pela então ministra portuguesa Maria Luís Albuquerque e pelo espanhol Luis de Guindos, a protestar sozinho.
Esta é uma das revelações feita por Yanis Varoufakis, o ex-ministro das Finanças da Grécia, no livro “Adults In The Room: My Battle With Europe’s Deep Establishment”.
O Público transcreve uma parte da obra na qual o economista grego relata como o Governo de que fez parte chegou a um acordo secreto com Angela Merkel, em 2015, para alterar os termos do memorando assinado com a Troika, quando a Grécia estava à beira da falência e num impasse negocial com a União Europeia.
Esse acordo terá sido alcançado directamente entre Alexis Tsipras, então recém-eleito primeiro-ministro grego, e Angela Merkel, sem o conhecimento do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble.
Varoufakis conta como alinhavou os novos termos, com o intuito da extensão do prazo de financiamento à Grécia, e como recebeu, através de “canais reservados”, o sim de Merkel.
O ex-ministro das Finanças grego conta então como Maria Luís Albuquerque, a ministra das Finanças portuguesa da altura, e o ministro espanhol Luis de Guindos, foram as únicas vozes a juntar-se a Schäuble na oposição ao acordo consolidado por Merkel com a Grécia.
Varoufakis relata ainda que o então ministro francês das Finanças, Emmanuel Macron, e actual Presidente de França, também teria tido conhecimento prévio do entendimento, depois de almoçar com Merkel que lhe terá indicado ter dado “instruções directas a Dijsselbloem para acabar com a saga grega”.
“A claque de apoio do dr. Schäuble”
“Em todas as reuniões do Eurogrupo, logo que se abria o período de intervenções dos ministros, ocorria o mesmo ritual. Primeiro, a claque de apoio do dr. Schäuble, constituída por ministros das Finanças dos países do Leste, competiria entre si para ver que é mais pro-Schäuble que o próprio Schäuble. Depois, os ministros dos países submetidos a resgates como a Irlanda, a Espanha, Portugal e Chipre – os prisioneiros-modelo de Schäuble – acrescentariam a sua bagatela Schäuble-compatível imediatamente antes de, por fim, Wolfgang, o próprio, vir a terreiro para finalizar com alguns retoques a narrativa que controlava desde o início”, escreve Varoufakis, citado pelo Público.
Nessa fatídica reunião de 20 de Fevereiro, a reunião do Eurogrupo decorreu de forma bem diferente, com um “silêncio constrangedor” a marcar o momento do anúncio do acordo.
Varoufakis nota que, com receio de Schäuble, “ninguém defendeu” o acordo, “mas também não se atreveram a criticá-lo”, até porque Christine Lagarde, do FMI, e Mario Draghi, do BCE, também o apoiaram.
Mas Schäuble não se ficou e opôs-se aos novos termos – Varoufakis diz que perdeu “a conta ao número de intervenções dele – mas devem ter sido mais de vinte”, diz.
E “os únicos ministros que o apoiaram foram a portuguesa [Maria Luís Albuquerque] e o meu vizinho do lado, o ministro espanhol Luis de Guindos, que falou mais de dez vezes – seguramente reflectindo o medo do seu Governo por qualquer êxito do Syriza [o partido de Tsipras] que pudesse suscitar apoio para o Podemos nas eleições que se avizinhavam em Espanha”, sustenta Varoufakis.
Esse acordo de 20 de Fevereiro acabou por não ser suficiente para a Grécia recuperar o bom rumo e Tsipras acabou por ter que ceder às exigências da Troika, deixando “cair” Varoufakis do Governo.
O ex-ministro assume que estava preparado para uma “vingança” de Schäuble, mas refere que “não fazia ideia é que a faca seria desembainhada dentro do [seu] ministério”.
O ministro alemão é uma das figuras centrais do livro de Varoufakis e há um detalhe especialmente curioso, relativo a uma conversa que decorreu no gabinete de Schäuble, em Berlim.
Varoufakis conta como, por um lado, Schäuble lhe dizia para assinar o memorando, para que a Grécia saísse temporariamente do Euro, mas como, por outro, assumia que se estivesse no lugar dele, “como patriota” não o assinaria. “É mau para o seu povo”, terá assumido o político alemão.
Este Schäuble Lorenz, só mesmo com uma carga de chapôrra!.. Ele e a pandilha mesquinha toda tipo Maria Luís Albuquéque.
É a atitude certa para com os caloteiros…
Queres almoços grátis????
Por favor, poupe-nos. Primeiro exploraram-nos tirando-nos os meios de produção, depois infiltraram o nosso governo com a sua camarilha e depois criam condições para nos pôr a pagar juros altissimos, a empobrecer o povo e a enriquecer ainda mais os grandes capitalistas domésticos e internacionais.
O senhor quer lançar areia aos olhos de quem?
sim sim pois pois … a maria albucas de grande só tem o rabo !!
Coitado….viva a ignorância!!!
Não foi por acaso que, no seu próprio país (Alemanha), lhe deram 3 tiros nas costas!…
Ficou por cá em cadeira de rodas, porque, infelizmente, nem o Diado o quis no inferno…
Eh pá, a tua capacidade de argumentação está ao nível do melhor que já vi.
É vendo pessoas a mostrar este elevado nível intelectual, só acessível às mentes mais brilhantes, que se compreende a verdadeira grandiosidade do partido a que esta gente pertence.
Venha lá esta esquerda ponderada e racional governar-nos que a pensar desta maneira certamente ficaremos ao nível das sociedades mais evoluídas da humanidade, tal como Cuba, Coreia, Venezuela…
Já tua anda mesmo fraquinha…
Partido?
Esquerda?
Cuba, Coreia, Venezuela?
Brilhante…
Quem não tem capacidade para mais, tem sempre esses clichés gastos – embora nem sequer tenham NADA a ver com este assunto!!…
Mas, deste o teu melhor…
Tivemos uma ministra das finanças que foi e ainda é um luxo. Mas o antecessor dela esse sim foi um descalabro humano.
Lixo, queres tu dizer……
E o resultado ??? (…) para a Grécia
Oxalá Portugal não venha a precisar de acordos secretos, ou não haja tentação !
Também porque é suposto que o Eurogrupo tem um funcionamento democrático.