É mais um daqueles desafios que se podiam tornar virais na Internet mas, acima de tudo, é uma demonstração de ilusão de ótica que ajuda a perceber como o nosso cérebro processa as cores.
Partimos com base nesta fotografia de um bolo de morangos, na qual apesar de ter um tom azulado, vemos o vermelho dos morangos certo? Errado.
Às vezes, as coisas não são exatamente o que parecem e, neste caso, trata-se de uma correção de cor que é feita pelo nosso cérebro.
Apesar de vermos vermelho na imagem, vermelho é coisa que nela não existe. Todos os pixeis vermelhos foram retirados, ainda assim os nossos olhos teimam em ver morangos vermelhos em cima do bolo.
Esta é uma demonstração de “constância de cor”. De acordo com os especialistas, o nosso cérebro corrige o mundo que vê, tornando as cores constantes mesmo que os objetos em causa sejam filtrados por uma luz diferente.
“É como se o nosso cérebro dissesse: a fonte de luz que estou a ver tem um componente azul, então vou eliminar isso automaticamente de cada pixel”, explica Bevil Conway, um especialista em perceção visual, citado pela BBC. “E quando eliminamos os pixeis cinzas e esse desvio para o azul, acabamos por ver o vermelho”, conclui.
A imagem dos morangos foi criada por Akiyoshi Kitaoka, um professor de Psicologia na Universidade de Ritsumeikan, no Japão, que também partilhou a imagem original no Twitter.
E o vestido?
Este debate, porém, não é semelhante ao ocorrido com o famoso vestido, que se tornou viral nas redes sociais, porque umas pessoas diziam que era preto e azul e outros diziam que era branco e dourado.
A explicação para essa questão também tem a ver com as fontes de luz e a maneira como interferem nas cores. A explicação daquele caso está principalmente na forma como os olhos e o cérebro evoluíram para ver cores na luz solar.
Como os seres humanos evoluíram para ver a luz do dia, os seus cérebros começaram a levar em conta o facto de que a luz muda de cor. Os objetos têm um certo tom vermelho rosado de madrugada, mais azul e branco ao meio-dia e voltam a ser mais avermelhados ao pôr-do-sol. O cérebro tenta descontar o efeito da luz do sol (ou outra fonte de luz) para chegar a uma cor “verdadeira”.
Por isso, algumas pessoas viam azul no vestido mas os seus cérebros ignoravam esse facto, atribuindo a cor azulada à fonte de luz, em vez de ao próprio vestido. Ou seja, viam branco e dourado, quando o vestido, na verdade, era preto e azul.
Os dois casos têm ligação com os ajustes que a mente faz com a tonalidade baseada no tipo de luz que ilumina as coisas.