Os hospitais portugueses têm falta de verbas para adquirir equipamentos, o que prejudica a realização interna de exames. O Ministro da Saúde já prometeu que será lançado, em 2017, um plano a três anos para reequipar os hospitais.
“Nos hospitais há dificuldades de aquisição e de renovação de camas, ressonâncias magnéticas, TAC, meios de diagnóstico em gastrenterologia ou até nas ecografias para grávidas”, denuncia ao Expresso Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
“Os profissionais não conseguem utilizar os equipamentos”, garante o gestor, sublinhando que muitos doentes têm de esperar ou são reencaminhados para hospitais privados.
Segundo a presidente da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, Margarida da Silveira, a falta de verbas para repor aparelhos no Hospital de Beja, obrigou a cessar as mamografias e as ecografias mamárias e a enviar as doentes para o privado.
“Os equipamentos têm-se degradado e não é possível assegurar a realização interna de todos os exames. É o caso da mamografia, tendo as utentes de ser referenciadas para os sectores convencionado ou privado em Beja”, destaca.
De acordo com o Expresso, o diretor da Radiologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Caseiro Alves, demitiu-se devido às consequências da falta de equipamentos e meios necessários para o funcionamento das instalações.
“Os equipamentos estão velhos, são insuficientes, não garantem uma boa prestação clínica e a lista de espera aumenta, a capacidade está esgotada e é um problema gravíssimo”, explica Caseiro Alves, sublinhando que um doente internado chega a esperar sete dias para fazer um exame e isso “não pode acontecer”.
“A solução requer dinheiro, mas também mais médicos e melhor organização”, destaca.
Hospitais com mais autonomia e novos equipamentos em 2017
Os hospitais vão recuperar a sua autonomia financeira no próximo ano e começarão a ser reequipados, afirmou esta segunda-feira o ministro da Saúde, a propósito do orçamento que este setor terá para o próximo ano.
Até ao final deste ano, estas instituições têm de solicitar autorização à tutela para a realização de investimento ou quaisquer outros gastos avultados, o que terminará em 2017.
Além desta autonomia, os hospitais Entidades Públicas Empresariais (EPE) irão ainda beneficiar de incentivos, os quais estão relacionados com a forma como cumprirão os contratos-programa, bem como outros indicadores.
Adalberto Campos Fernandes anunciou ainda que será lançado, em 2017, um plano a três anos, para reequipar os hospitais.
“Estão previstos novos investimentos em equipamentos e infraestruturas, substituindo os equipamentos obsoletos e dando continuidade à reabilitação de unidades de saúde”, refere a nota explicativa do Ministério da Saúde sobre o Orçamento do Estado para 2017.
O Orçamento para 2017 prevê um investimento de 53 milhões de euros, dos quais 20 milhões são para renovação de instalações e equipamentos, e oito milhões são para a construção e remodelação de centros de saúde.
No mesmo documento lê-se ainda que, “em articulação com o Ministério das Finanças”, o Ministério da Saúde vai “proceder ao lançamento dos projetos do hospital de Lisboa Oriental, do hospital de Évora e do hospital do Seixal” – com um investimento de 25 milhões de euros.
BZR, ZAP / Lusa
Um texto destes no tempo de Passos Coelho, dava para pedir a demissão do Ministro da Saúde, ou até a queda do governo!
Agora, com a geringonça, está tudo bem. Se os doentes morrem por falta de cuidados médicos, o problema é dos doentes – não tivessem adoecido!
Quem falou em destruir o SNS ? A extrema esquerda está a destruir, mas para depois reconstruir… ou para depois “guterrar”.