Um novo estudo demonstra que as perturbações em redor de um buraco negro podem roubar-lhe parte da energia e fazer crescer “cabelo”.
A descoberta dos cientistas das universidades de Aveiro, Valência, Munique e México contraria a metáfora capilar do físico norte-americano John Wheeler que, em 1973, apontou que “os buracos negros não têm cabelo”, querendo com isso dizer que, sobre os buracos negros, bastaria saber a respetiva massa e velocidade de rotação para os conhecer totalmente.
O estudo realizado por Carlos Herdeiro, físico da Universidade de Aveiro (UA), em colaboração com cientistas da Universidade de Valência, do Instituto Max Planck para a Astrofísica (Munique), e da Universidade Nacional Autónoma do México, defende que, afinal, pode crescer “cabelo” aos buracos negros – fazendo com que estes adquiram propriedades físicas muito distintas.
“A deteção das ondas gravitacionais torna extremamente pertinente reconsiderar este paradigma de simplicidade, que pode agora ser testado diretamente usando as ondas gravitacionais, que nos informarão sobre propriedades detetadas de buracos negros em sistemas binários ou perturbados”, aponta Carlos Herdeiro.
Em 2014, Carlos Herdeiro e o investigador Eugen Radu do Departamento de Física da UA, obtiveram um resultado que surpreendeu a comunidade internacional, ao mostrar que, afinal, a teoria da Relatividade Geral possibilita a existência de buracos negros em que o “cabelo” é um campo de partículas (escalares ou outras mais gerais), que existe em rotação síncrona com o buraco negro.
“A rotação síncrona cria um equilíbrio, e impede que o campo seja absorvido pelo buraco negro, ficando a flutuar eternamente em torno do horizonte de eventos, que constitui a fronteira do buraco negro”, explica o artigo publicado na Physical Review Letters.
Os físicos do grupo de gravitação da UA mostraram ainda que este novo tipo de buracos negros pode ter propriedades observáveis muito diferentes do modelo convencional, nomeadamente as suas sombras.
No novo estudo agora divulgado, os cientistas mostram que, dinamicamente, as perturbações em redor de um buraco negro “careca”, podem roubar parte da energia do buraco negro e fazer crescer uma espécie de carga – chamada de “cabelo” – que fica presa em torno deste.
Carlos Herdeiro explica que “a demonstração dinâmica de que o cabelo se pode formar em torno de um buraco negro ainda não é o final da história”.
Nas simulações feitas agora pelos especialistas, foi usado “um modelo simplificado para modelar os buracos negros astrofísicos em rotação” e, “embora o resultado seja sugestivo, a questão fundamental se o processo pode acontecer num ambiente astrofísico realista, ainda está em aberto”.
/Lusa
Ķkkkkkkkkkk os de outras cores também!
E andam pais a gastar dinheiro para os filhos virem,quiçá, a ser cientistas,para nos virem dizer que há,eventualmente,pelos em buracos negros.
Só resta agradecer a informação.