As chefias da GNR estão revoltadas com a proposta da ministra da Administração Interna para o novo estatuto dos oficiais desta força de segurança, considerando que Constança Urbano de Sousa quer criar “generais Simplex”.
O Diário de Notícias refere que “há 820 oficiais na GNR (80% do total) a sentir-se afrontados” por Constança Urbano de Sousa. Isto por causa da sua proposta para o novo estatuto dos oficiais da GNR.
A ideia da ministra é permitir que os militares da força de segurança “com menos habilitações e menos tempo de formação, possam subir ao topo da hierarquia”, salienta o DN.
Confirmando-se a alteração, significaria que poderiam ser promovidos a generais, mesmo sem o curso da Academia Militar, o que “seria caso único na Europa”.
Esta situação está a indignar a Associação que representa os oficiais da Academia Militar (ANOG), considerando que é “uma afronta” para estes militares e para a própria Academia, conforme refere uma fonte ao jornal.
Este elemento da ANOG repara que os oficiais veem assim, “as suas expectativas comprometidas” e acusa a ministra de querer criar “generais Simplex”, avisando que se a proposta avançar causará “uma desunião e desestabilização sem precedentes, que podem ser fatais na GNR”.
Ministra defende novo estatuto
Constança Urbano de Sousa defende a proposta e, em declarações ao DN, considera que “mantém a base não discriminatória do actual estatuto, que também não faz qualquer distinção entre a origem dentro do mesmo quadro, pelo que a expectativa mantém-se para todos”.
As “expectativas dos oficiais da Academia Militar mantém-se inalteráveis, não havendo nesta proposta de estatuto nenhuma alteração em relação ao actual”, reforça a ministra.
Mas para a ANOG é evidente que Constança Urbano de Sousa “pretende igualar o que não é igual e prejudicar os oficiais da Academia Militar”.
“Se os coronéis sem o curso da Academia forem promovidos, ocupam os lugares de topo, impedindo irreversivelmente os nossos oficiais, que tinham a expectativa de poder liderar a GNR, de lá chegar. E isso é que é discriminar. É gravíssimo para a coesão da instituição“, considera uma fonte da direcção da ANOG no DN.
O jornal sustenta que o novo estatuto “beneficiará” “167 tenentes coronéis e coronéis que fizeram um curso de formação mais curto” e que têm já vantagens, relativamente aos militares da Academia Militar, “em termos de antiguidade e promoções por terem entrado mais cedo nos quadros”.
Destes elementos, apenas “cerca de uma dezena, fez cursos superiores”, frisa o DN, realçando que “estão a dirigir os Comandos Distritais e alguns deles em postos de confiança política do governo“, como são os casos de Óscar Rocha, que é assessor do primeiro-ministro, de Costa Pinto, oficial de ligação no Ministério da Administração Interna, e Paulo Guerreiro, chefe de gabinete da secretária-geral do Sistema de Segurança Interna.
Um militar da Academia Militar chega a desabafar no DN que é “como uma morte súbita na carreira“. “25 anos a cumprir tudo o que havia, passo a passo, para quando estamos quase a chegar ao objectivo para que nos preparámos, alguém nos empurrar para o lado e, fazendo batota, chegar à meta primeiro”, lamenta este elemento, concluindo que é “caso único nos países civilizados e aliados de Portugal”.
ZAP
Em 74 fez-se uma revolução por causa dos milicianos chegarem a capitães!
È o que da ter gente a dirigir um ministério, para o qual nao percebe nada. Já se fosse de festas revisteiras la para os Algarves no Verão, ai isso sabia.
Tanto parasita para quê? Uma vida inteira, bem pagos, à boa vida.