O ministro da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor, escreveu uma carta às instituições de Ensino Superior na qual criticou o “abuso e humilhação” das praxes e adiantou que pretende envolver cientistas na receção dos alunos para a divulgação de atividades científicas.
A carta, disponível online, foi dirigida aos reitores e presidentes de politécnicos e seguiu também para as unidades de investigação do sistema científico nacional.
O ministro pediu às instituições de Ensino Superior que deixem de reconhecer as comissões de praxe e outros órgãos que são responsáveis por regular as praxes académicas.
“O ingresso no Ensino Superior tem sido sistematicamente marcado por práticas contrárias aos ideais de liberdade, crítica e emancipação dos jovens“, adiantou Manuel Heitor, criticando o “abuso e humilhação” a que os caloiros são sujeitos durante as praxes.
Como forma de alternativa à tradição das praxes – que já classificou de “organizações secretas” – o ministro propõe que os programas de receção aos novos alunos sejam focados na cultura e ciência.
Para atingir esse objetivo, foram dadas instruções à Fundação para a Ciência e Tecnologia para que ajude na realização de atividades de integração de novos estudantes de âmbito científico-cultural.
Manuel Heitor pretende ainda que a agência nacional Ciência Viva dê apoio às instituições de Ensino Superior na “dinamização de iniciativas destinadas aos novos estudantes”.
“Neste contexto, não posso aceitar mais uma vez o ciclo repetitivo de imagens degradantes que nos envergonham”, afirmou.
Este será o primeiro ano letivo a arrancar com Manuel Heitor, ministro desde novembro de 2015, à frente da pasta, depois de ter tutelado a secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior entre março de 2005 e junho de 2011.
BZR, ZAP
Ora aí está! Alguém com vontade de fazer algo de muito positivo!
Já são horas de acabar com este ritual primitivo, pré-histórico e sub-humano que são as praxes!
Mas como neste pais são mais os que ganham com as praxes, duvido que esta vontade passe do papel!
Pois, custava a perceber tamanha indiferença em ver alunos de joelhos e de gatas, de olhos vendados, a olhar para o chão, a ouvir berros, com orelhas de burro, a rebolar no chão… e tudo isto no espaço público, à frente de todos, como se nada fosse.
Vá lá que parece haver vontade de um homem, com peso político, em que as coisas mudem. Nem tudo vai mal neste governo…
Apoiado. Esta é a meu ver a primeira medida verdadeiramente louvável deste governo.
…Lá se ouve uma boa notícia, ou o camandro!
Estão à espera que morra mais algum jovem, devido aos abusos de inergúmes que andam a pastar, para tardiamente se por em prática uma lei restritiva e punitiva?? Tomem juízo, pá!!!
Boa decisão para tentar acabar com o que é uma verdadeira aberração e extravasão de recalques dos palermas que deveriam estar nas universidades PARA ESTUDAR…!!!
“palermas” ?!?!? Ofender as pessoas que têm uma visão diferente da nossa nunca nos permitiu levar avante os nossos ideais. Sou da opinião que os alunos universitários que participam na praxe devem ser respeitados e não estigmatizados, tal como, por exemplo, sucede com os fumadores.
Se conseguirem envolver as pessoas e entidades certas, fizerem de facto mudanças lógicas e consistentes, com futuro, irrevogáveis e não só para durar um ano ou dois, diria mesmo que deve ser a única coisa boa que este Governo consegue fazer.
Mas o Sr. Ministro não se envergonha da precariedade em que vivem os “cientistas” a quem ele propõe mais uma tarefa (a de receber os novos alunos)… Esses, que mais não são de que bolseiros, mal pagos, com deveres e sem direitos de trabalhadores e sem protecções sociais… Já estava na hora de alguém se preocupar também com eles (nós)!
Concordo com a lamentação.
Claro está que não se deve tratar de uma nova tarefa sem contrapartida, ou seja penso que a receção aos caloiros deve ser efetuada durante o horário normal de trabalho dos “cientistas”.
Fora desse horário normal de trabalho dos “cientistas” o caloiro deve confraternizar com os colegas, mas sem “caloirices tontas”.
A propósito: o que é um “cientista”? E o que é um “caloiro”?
deixem mas é estes jovens gozarem a vida e permitam aos “cientistas” terem tempo para publicarem os resultados das suas pesquisas … dura praxis, sed praxis (para quem não sabe latim, significa: “a praxe é dura mas é praxe”).
Bê-se memo que (já) num és caloiro (pronúncia do norte, caso num saibas e num te boue traduzire!)! Quem é que decide que a praxe é dura? Deus? Deixem-se de tretas! Vão estudar e deixem os novos alunos (vocês tornaram a palavra caloiro numa má coisa) em paz! Sei que foram humilhados quando forma caloiros, mas aplicar a mesma medida em quem não teve culpa do que vos sucedeu, não é solução. Da próxima (se fizerem outro curso) recusem-se a fazê-la!
EU SÓ VIM PARA A UNIVERSIDADE PORQUE QUERO CERVEJA, DROGA E GAJAS, MUUUUUITAS GAJAS, MESMO MUUUUUITAS …
Tu queres é loiras. Mas tem cuidado porque essas depressa acabam.
Uma das únicas medidas positivas deste governo. Já não era sem tempo !
Parece que não vês muita televisão e jornais… Talvez não seja má ideia começar a fazê-lo… Talvez aprendas qualquer coisa (se conseguires decifrar a mentira toda…)
Óptima ideia.
loool … com um comentário desses, só podes estar a gozar !!! é proposta governamental é pura demagogia e propaganda para agradar a determinados lobbies anti-praxe … pensa antes de escrever !!!
A sério!? Pois fica sabendo que isto não vai dar em nada! Sabes porquê? por causa dos tais lobies que falas! Mas não são dos anti praxe! São dos outros… E esses ocupam altos cargos (muitos altos) e não querem que a MERDA (sim disse MERDA!) das praxes acabem! Pensa tu antes de escrever, ó praxista!
Praxes? NUNCA MAIS (espero eu)!
Não tenho quaisquer intenções de ser porta-voz de todas as praxes do país, apenas conheci a de Química e Bioquímica da minha amada FCUP, mas gostaria apenas de relembrar que os “caloiros” podem escolher ir ou não à praxe e a certas actividades também. Para além disso, nem todas são humilhantes. Agradeço várias tardes (que eu tinha fora do meu horário de aulas, ninguém me obrigou a faltar) divertidas a conhecer imensa gente do meu curso graças à praxe.
Há que controlar os abusos? Sim.
Deve-se abolir uma tradição que ajuda os alunos recém-chegados (muitos deles sem conhecerem ninguém na cidade) a se conhecerem, conhecerem a sua faculdade, alunos mais velhos e a cidade da sua Universidade? Creio que é um pouco drástico.
Posto isto, também sou cientista. Não estou certa que um caloiro de Artes ou Economia estará particularmente interessado em ouvir alguém de Ciências, se bem que gostaria de estar errada.
Se as praxes fossem todas assim, não havia problema. A questão é que se instituiu que a praxe deve ser, antes de mais, um veículo de humilhação (salvo raríssimas excepções) e não de integração. E essa ideia será muito difícil irradicar.
o ministro e os lacaios que andam com ele, escusam de pensar que vou sair do meu gabinete para receber caloiros !!! no meu tempo, já lá vão 25 anos, podia-se escolher em ir ou não à praxe e acho que actualmente também deve suceder o mesmo, logo, cada estudante é livre de tomar a decisão que mais se adeqúe à sua visão académica … sou a favor da manutenção desta mui nobre tradição académica sem controlos mas também sem abusos, tal como antigamente era no isep e na feup quando fui praxado … cumprimentos aos restantes comentadores e respeito pelas suas opiniões mesmo sendo elas distintas da minha 🙂
Vá mas é dar banho ao cão, Sr. Cientista.
“mui nobre tradição académica” (pronto – lá se foi o café, cuspido a alta velocidade apoós tamanha piada)? Talvez tenha sido, mas há muito que não é. Deixe-se ficar no seu gabinete (ainda bem que tem um – muitos nem quarto têm para dormir). Não se rale…
Fui caloiro dez anos depois do 25 de Abril (aquele da Liberdade, lembram-se?).
Com todos estes comentários percebi quais e quem são os lobbies atuais.
Força Sr. Ministro Manuel Heitor. Tem o meu apoio, mas infelizmente para si não o meu voto.
Lá se foram as praxes.
Os nossos belos governantes deram cabo do ensino superior com tudo incluindo as bolsas e aumento destas. Quem tinha dinheiro estuda quem não tinha fica a xupar no dedo mas têm agora uma boa ação governativa que nunca fez nada de jeito e agora descobriu a pila ao sapo e põe CIENTISTAS a tomar conta da entrada da nova estudantada. Onda vai parar toda esta porcaria governativa sem pés nem cabeça. Mais uma experiência tipo Nuno Crato. Mais do mesmo.
Jã era tempo de acabar com estas humilhações que já causaram tantas mortes para além de graves danos psicológicos, até que enfim houve um ministro com as coisas no sitio certo que outros não têm.
Poder ir ou não à praxe não é a razão que pode justificar que se mantenha tamanho anacronismo na sociedade de hoje. A praxa não é, nem nunca foi, em si um conjunto de práticas à altura do que se exige de uma FORMAÇÃO que se quer para todos os efeitos SUPERIOR… finalmente chegou o tão esperado momento em que se tem coragem de se acabar com uma tradição cujo desaparecimento não afetará jamais de maneira negativa a sociedade académica. Que os digam os nossos colegas ERASMUS que acham esta tradição uma verdadeira perda de tempo em detrimento do que é realmente importante: ESTUDAR.