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Lista de opositores que viajaram para o estrangeiro abre polémica na Venezuela

gob.ve

A Ministra do Poder Popular para a Comunicação e Informação da Venezuela, Delcy

A Ministra do Poder Popular para a Comunicação e Informação da Venezuela, Delcy

A publicação de uma listagem de opositores que viajaram para o estrangeiro no Natal e Ano Novo abriu uma nova polémica na Venezuela, com troca de acusações entre a oposição e o Governo.

A oposição acusa o Governo de usar práticas ditatoriais e o chavismo aponta que os opositores abandonaram as suas responsabilidades.

A listagem, divulgada na quinta-feira no Twitter, pela ministra venezuelana de Comunicação e Informação, Delcy Rodríguez, sob o título “a direita de fim de ano no estrangeiro”, contém 27 nomes de dirigentes opositores, jornalistas e empresários, com os respetivos destinos, datas de saída do país e números de bilhete de identidade.

“Não percas a lista dos destinos no estrangeiro, de férias, da liderança opositora”, escreveu a ministra na sua conta no Twitter, onde sublinhou que “ir de férias é um direito das pessoas, o problema é a dupla moral” dos dirigentes opositores.

“Esta liderança opositora não só não trabalha, a cada oportunidade o seu destino é o estrangeiro. Férias ou busca de instruções?”, escreveu.

Entre os nomes que aparecem na lista está o ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski, o líder do partido opositor Vontade Popular, Leopoldo López e a deputada Maria Corina Machado, frequentemente chamados pelo presidente Nicolás Maduro como “trilogia do mal“.

Também o presidente da Câmara Metropolitana de Caracas, António Ledezma, os jornalistas críticos Nelson Bucaranda e Alberto Frederico Ravel, e Lorezno Mendoza, presidente da Polar, a maior empresa privada de produção de alimentos básicos do país.

Quanto aos destinos escolhidos aparecem Panamá, Miami, Madrid, Nova Iorque e Paris, entre outros.

Em resposta, Delsa Solórzano, vice-presidente do partido opositor Um Novo Tempo, referiu-se à divulgação da lista como “o mais vivo exemplo de uma ditadura” e acusou a ministra de “violar a Constituição ao desrespeitar a privacidade e intimidade”.

Delsa Solórzano, que também é deputada do Parlamento Latino-americano e defensora dos Direitos Humanos, questionou o porquê de a ministra não publicar a listagem de simpatizantes do regime aos quais a Comissão de Administração de Divisas outorgou “enormes quantidades de dinheiro (dólares) para que se fizessem milionários” e “de corruptos do regime que a justiça não investiga”.

“Nas ditaduras é que se elaboram listagens e se perseguem as pessoas”, disse, recordando que no passado o falecido deputado chavista Luís Tascón, publicou uma listagem com os dados dos venezuelanos que em 2004 assinaram um pedido de realização de um referendo revogatório contra o então presidente Hugo Chávez.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu à polémica, sublinhando que a publicação da listagem abriu um “tremendo debate” no país.

“Tremendo debate se abriu sobre as férias dos chefes da direita em Miami, Nova Iorque, Europa, etc. E falam de crise e caos”, escreveu na sua conta no Twitter.

Nicolás Maduro sublinhou ainda que “abandonam as suas responsabilidades onde governam” e que os funcionários públicos devem “estar sempre à frente do seu trabalho, junto do povo”, uma “ética política” que diz ser praticada pelo chavismo.

“Por isso chegou a revolução, como uma reação da sociedade à imoralidade da velha classe política e por isso a revolução é maioria”, concluiu.

/Lusa

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