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Governo cria 500 vagas no ensino superior para alunos desfavorecidos

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Rodrigo Antunes / Lusa

O Governo vai criar 500 vagas no ensino superior e em cursos técnicos superiores profissionais, no ano letivo de 2022-23, destinados a alunos provenientes de zonas desfavorecidas.

De acordo com o Público, a medida faz parte do Plano Nacional de Combate ao Racismo e à Discriminação 2021-2025 – Portugal contra o racismo (PNCRD 2021-2025).

Com esta medida, o Executivo pretende que em 2022 entrem no ensino superior 500 alunos de escolas do programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), estando previsto que no ano seguinte, em 2023, deverão entrar o dobro dos alunos e que, em 2025, o número ascenda a dois mil.

Além desta medida do PNCRD, o Governo pretende ainda criar um contingente especial adicional de 12 alunos das escolas TEIP nos cursos de especialização tecnológica do Turismo de Portugal em 2022, um número que deverá triplicar em 2025, e está prevista a criação de mecanismos de acompanhamento e apoio aos alunos do contingente TEIP.

Por outro lado, o plano prevê ainda a criação de preferências na colocação dos alunos das TEIP em cursos técnicos superiores profissionais, existindo vagas para 150 alunos em 2023, 300 em 2024 e 500 em 2025.

A secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro defendeu, em declarações ao jornal Público, que o objetivo deste programa é dar um “passo decisivo” num país onde o racismo foi um “não dito nas nossas abordagens pessoais e institucionais durante demasiado tempo”.

Assim, em 2025, último ano do programa lançado pelo Governo para combater o racismo, Rosa Monteiro espera que “sejamos capazes de compreender o racismo e a forma como impacta todas as pessoas e não apenas as pessoas discriminadas” e que tenhamos “instituições capazes de uma intervenção que previna e combata este fenómeno”.

Rosa Monteiro não especificou o orçamento, dizendo apenas que cada área governativa estipula um valor e que a maioria das verbas vão estar abrangidas pelo Plano de Recuperação e Resiliência e por fundos comunitários.

De recordar que em Junho de 2020 o Parlamento aprovou projetos de resolução que aconselhavam o Governo a adotar medidas contra o racismo.

ZAP //

6 Comments

  1. Tudo bem. Mas sempre achei que a solução era ajudar os alunos do secundário oriundos de zonas desfavorecidas a obter os conhecimentos necessários a permitir o seu acesso ao ensino superior em igualdade de condições com os outros jovens. Aceitar jovens mal preparados no ensino superior só transfere o insucesso para esse nível de escolaridade. Ao contrário do que alguns pensam, nem tudo o que parece é…

  2. São só para enganar estas medidas. Mais um gueto que se cria. À semelhança do anterior regime que levava a que o acesso ao ensino secundário de filhos de certas classes sociais, as mais desfavorecidas, fosse pela via técnico-profissional, empurrando esses alunos para a inscrição e frequência das antigas escolas técnicas. Agora, pode-se concluir que os TEIP’s são para os filhos das classes desfavorecidas, quando se mistura TEIP’s, cursos técnicos superiores profissionais e alunos de classes mais desfavorecidas. Vamos ver qual o resultado destas medidas.

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