Quatro membros do grupo La Manada voltam a estar no centro da polémica por outro alegado caso de abuso sexual, desta vez de uma jovem de 21 anos nas festas de Torrecampo, em Córdova.
De acordo com o El País, uma juíza de Pozoblanco, Córdova, acusou quatro dos cinco membros do grupo conhecido por “La Manada” de terem abusado sexualmente de uma jovem de 21 anos, em maio de 2016, nas festas de Torrecampo.
Este é um caso semelhante ao ocorrido, apenas dois meses depois, contra uma jovem de 18 anos durante as festas de San Fermín, em Pamplona, pelo qual foram condenados a nove anos de prisão por abuso sexual.
O jornal escreve que estes quatro homens estão acusados de alegados abusos sexuais e de crime contra a privacidade desta mulher que se encontrava inconsciente no interior de um automóvel.
A juíza considera que se tratou de um crime contra a privacidade porque os acusados gravaram com um telemóvel os alegados abusos, tendo-os difundido de seguida em vários grupos do WhatsApp, referindo-se à rapariga como “A Bela Adormecida”.
Na mesma acusação, do passado dia 21 de setembro, um dos quatro membros do grupo, o militar Alfonso Cabezuelo, é ainda acusado de um crime de maus tratos, por alegadamente ter bofeteado a vítima quando esta se recusou a fazer-lhe sexo oral.
Este caso foi descoberto, precisamente, durante a instrução do processo de Pamplona. O juiz responsável alertou para a existência de um vídeo de abusos a uma outra jovem nos telemóveis destes homens.
Nas imagens, a juíza confirmou que se pode ver os suspeitos a apalpar e a beijar a vítima, quando esta se encontrava num profundo estado de inconsciência. A jovem de 21 anos não se lembrava de nada do que tinha acontecido dentro do carro.
Em declarações ao jornal espanhol, Jesús Pérez, advogado do guarda civil deste grupo, explica que “não estão de acordo com os factos relatados no auto da juíza, que contêm contradições muito sérias e evidentes”, acrescentando que estão a pensar recorrer. A defesa dos restantes membros do “La Manada” não tem essa intenção.
Desde junho que quatro destes homens se encontram em liberdade condicional, tendo ficado ainda sujeitos ao pagamento de uma fiança de seis mil euros, obrigatoriedade de comparecer no tribunal da sua residência três dias por semana, retirada do passaporte, proibição de sair do território nacional sem autorização judicial e de se dirigirem à Comunidade de Madrid, local onde mora a vítima, estando ainda proibidos de entrar em contacto com a mesma.
O membro do grupo, que não se encontrava presente neste novo episódio de abuso, continua preso por ter roubado uns óculos de sol numa loja no centro de Sevilha.