Das mais de 100 multas passadas pela PSP a condutores de trotinetes elétricas em seis meses, 31 foram por uma taxa-crime de álcool no sangue.
Segundo o Jornal de Notícias, de acordo com os dados da PSP recolhidos nos quatro distritos onde as trotinetes elétricas são mais utilizadas — Lisboa, Porto, Faro e Coimbra — em apenas seis meses, este novo meio de transporte já soma 111 multas.
A condução sob o efeito de álcool é a principal contraordenação. Entre os 36 condutores apanhados, 31 foram detidos por ter uma taxa-crime de álcool no sangue. De acordo com o previsto no artigo 96.º do Código da Estrada, as multas por conduzir uma trotinete em estado de embriaguez podem ir dos 125 aos 1250 euros.
No pior dos casos, recorda o jornal, se a taxa de álcool no sangue for igual ou superior a 1,2 gramas/litro, é considerado crime e punido com pena de prisão até um ano.
No ranking das multas, seguem-se os estacionamentos abusivos. De acordo com os dados da PSP, foram passados 36 autos de contraordenação por “estacionamento em locais destinados ao trânsito de peões”.
Em Lisboa, onde o grande número de trotinetes se está a tornar problemático, este meio de transporte esteve envolvido em 48 acidentes, dos quais resultaram 55 feridos leves, de um total de 74 sinistros assinalados pela polícia nestes distritos do país.
Em declarações ao JN, Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), considera que o problema reside no facto de alguns condutores não encararem as trotinetes como um verdadeiro meio de transporte, mas antes “como um brinquedo”.
“Há um longo caminho a percorrer nesta temática porque a coexistência entre os veículos não tem sido pacífica. É preciso mais sensibilização para a utilização das trotinetes por parte das autarquias e do Estado”, insiste ainda o líder do ACP.