//

20 anos da tragédia de Entre-os-Rios. Marcelo recorda “um momento difícil que marcou a história de Portugal”

1

(cv) youtube

Ponte Hintze Ribeiro, que ligava Entre-os-Rios a Castelo de Paiva

Há 20 anos, a 4 de março de 2001, a Ponte Hintze Ribeiro, que ligava Entre-os-Rios a Castelo de Paiva, caiu e arrastou para o Douro três carros e um autocarro. Não houve sobreviventes e 59 pessoas morreram. As buscas prolongaram-se durante semanas, mas 36 corpos nunca foram encontrados.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou esta quinta-feira, passados 20 anos, a memória das 59 vítimas mortais da queda da Ponte Hintze Ribeiro, que ligava Entre-os-Rios a Castelo de Paiva.

“No dia em que passam 20 anos sobre a queda da ponte de Entre-os-Rios, o Presidente da República evoca a memória das 59 vítimas mortais da tragédia”, lê-se numa mensagem publicada no portal da Presidência da República na Internet.

Marcelo Rebelo de Sousa recorda aquele 4 de março de 2001 como “um momento difícil que marcou a história recente de Portugal, respeitando a memória dos que partiram, mas também a coragem dos que ficaram”.

“Duas décadas volvidas podemos, sem nunca esquecer o passado, reconhecer o futuro que a tragédia inspirou. Homenagear as vítimas de Entre-os-Rios é também saudar o seu legado, exemplo de solidariedade, perpetuado na obra que comunidade, famílias e amigos construíram em seu nome”, acrescenta.

A Ponte Hintze Ribeiro colapsou na noite de 4 de março de 2001, arrastando para as águas do rio Douro um autocarro onde seguiam 53 passageiros e três automóveis com seis pessoas. Não houve sobreviventes.

“Ninguém, no pior dos seus pesadelos, poderia pensar que um dia pudesse acontecer uma coisa destas”, recorda o atual presidente da Câmara de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha. O autarca socialista recorda bem um facto “absolutamente surreal” que deixou um concelho e um país “completamente atónitos”.

No poder em Castelo de Paiva estava, por essa altura, o social-democrata Paulo Teixeira, que morava perto da ponte e que, por isso, foi dos primeiros a chegar ao local. Contudo, confessa, só com o nascer do sol, na manhã de 5 de março, é que teve a real noção da dimensão da tragédia.

No plano político, e a nível nacional, o então ministro do Equipamento, Jorge Coelho, demitiu-se de imediato, afirmando que “a culpa não pode morrer solteira”.

Inquéritos promovidos pelo Governo e pela Assembleia da República atribuíram o colapso da ponte a uma “conjugação de fatores”, entre os quais a extração de inertes a montante de Entre-os-Rios.

No plano judicial, não houve condenados.

Com uma cobertura mediática sem precedentes em Portugal, a queda da ponte de Entre-os-Rios levou o Governo a lançar um programa de obras de emergência em Castelo de Paiva, na altura contabilizado em 80 milhões de euros, incluindo a construção de duas novas pontes.

O Estado atribuiu 50 mil euros a cada família enlutada e um adicional entre os 10 mil e os 20 mil euros para cada herdeiro, em função do seu grau de parentesco, recorda o JN.

Em 2003, foi inaugurado um monumento em memória das vítimas mortais, em Castelo de Paiva, da autoria do arquiteto Henrique Coelho, designado “Anjo de Portugal”, que tem na sua base inscritos os nomes das 59 pessoas que morreram no colapso da ponte.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Quem quiser saber onde está o cemitério das vítimas da queda da ponte… Está a, mais ou menos, um Km depois da rotunda no sentido de quem vai para o Porto. Existe uma curva bastante prolongada à esquerda antes de começar uma subida, do lado direito o relevo é um vale, e do lado esquerdo existe uma pequena elevação coberta de vegetação. Por debaixo dessa vegetação estão milhares de metros cúbicos de areia extraída do rio. Durante alguns anos vi esse aterro feito com areia a crescer cada vez mais até que um dia a ponte caiu. Sabem quem estava no governo? Era o Sr. Guterres ou seja o PS! Sabem quem estava no governo nos incêndios de 2017? Era um ex ministro de Guterres, de seu nome António Costa, ou seja o PS. Por favor quando votarem no PS já sabem, alguma coisa de muito má está para acontecer!
    A queda da ponte foi um crime. Ainda hoje 59 almas reclamam pelos culpados. Como podem descansar em paz?
    Neste país a vida humana teve sempre pouco valor. Dar 50 mil euros pela morte de alguém causada por um acto criminoso, ainda foi mais criminoso. Foi indecente!!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.