Dia 19 de abril será “determinante” para definir rumo do plano de reabertura gradual, já que o Governo terá de decidir se avança para a sua terceira fase.
A segunda fase do plano de reabertura gradual elaborado pelo Governo tem início esta segunda-feira. Esta será também a altura em que se vão começar a sentir os resultados da Páscoa. O Governo terá depois de avaliar o impacto das próximas duas semanas e decidir se avança para a terceira fase de desconfinamento, agendada para dia 19 de abril.
Especialistas temem que, nessa altura, possa ainda não ter passado tempo suficiente para ver o impacto destes dias no número de novos casos, escreve o Expresso.
“Só vamos ver o impacto desta reabertura na segunda metade de abril e estamos preocupados com o que irá acontecer. Vai ser uma altura determinante para saber para que caminho estamos a ir”, diz Manuel Carmo Gomes, um dos peritos que definiu as linhas vermelhas para controlar a epidemia.
“O ideal era que a avaliação para decidir a abertura da terceira fase [a 19 de abril] pudesse ser feita um pouco mais tarde. Chegámos a sugerir que as fases avançassem só de três em três semanas para dar mais tempo para olhar para os indicadores, mas preferiram fazer de 15 em 15 dias para coincidir com a renovação do estado de emergência“, acrescentou.
Ultrapassar uma das linhas vermelhas definida pelo grupo de peritos é sinal para que o Governo tenha de rever o plano de reabertura: “Se os limiares forem pisados, o Governo tem de pensar seriamente em pausar“.
A decisão de avançar ou não para a terceira fase será feita numa altura em que apenas terão passado cerca de dez dias do início da segunda etapa.
Carmo Gomes realça que é importante controlar as fronteiras, tendo em conta o agravamento da situação no resto da Europa e no Brasil.
Se houver um agravamento da epidemia nas próximas semanas, o mais provável é começar por um aumento do risco em alguns concelhos. O plano do Governo prevê que os concelhos com pior situação possam ter de travar na reabertura para garantir o controlo dos surtos antes de desconfinarem.
De acordo com o barómetro da Aximage para DN, JN e TSF. A maioria dos portugueses considera que o plano de desconfinamento traçado pelo governo é bom (52%), contra 22% que entendem que é mau e outros tantos com opinião intermédia.