Entre 2015 e 2017, uma investigação policial identificou 15 jogadores de futebol, entre os quais dois menores, que foram vítimas de tráfico de seres humanos.
A notícia, avançada esta quarta-feira pelo jornal Público, dá conta que as vítimas são jovens com uma média de 21 anos de idade a quem foram prometidos contratos em clubes profissionais. Os jogadores, oriundos sobretudo do Brasil, vieram para Portugal à procura de um sonho e acabaram por ficar ao abandono.
“Há grupos organizados que alimentam os sonhos de jovens que querem vir jogar na Europa”, explicou Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, em declarações ao diário.
Não há dados sobre tráfico de seres humanos relacionados diretamente com o futebol anteriores a 2015, pelo que não é possível perceber se este fenómeno tem ganho maior visibilidade. “Se há mais ou menos não sabemos. Mas, qualquer situação, mesmo que seja apenas uma, é preocupante: estamos a falar de um crime hediondo”, afirma Manuel Albano, relator nacional para o tráfico de seres humanos, ao jornal.
Segundo os dados recolhidos pelo Observatório do Tráfico de Seres Humanos, citados pelo matutino, entre 2016 e 2017, contabilizaram-se 228 vítimas de tráfico de seres humanos para vários fins, como exploração laboral ou sexual.
Só no mês passado, escreve o Público, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras notificou 32 jogadores de futebol para que abandonassem o país depois de uma ação de fiscalização a 20 associações e clubes no distrito de Coimbra.