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De 15.800 testes rápidos feitos nas escolas, 50 eram positivos

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Rodrigo Antunes / Lusa

Dos 15.800 testes rápidos feitos nas escolas, em dois momentos distintos, só foram detetados 50 casos positivos. Tiago Brandão Rodrigues usou estes números para assegurar que as escolas são um local seguro.

“As escolas são locais seguros. Temos de voltar às escolas e esta tem de ser a nossa preocupação”, disse, esta quarta-feira, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. Para o sustentar, o governante segurou-se aos resultados das testagens feitas em dois momentos diferentes.

Antes do encerramento dos estabelecimentos de ensino, as secundárias dos concelhos com maior incidência de novos casos tinham iniciado a utilização de testes rápidos. Nessa pequena amostra de três mil testes feitos durante os dias 20 e 21 de janeiro, foram detetadas 25 infeções (0,8%) entre estudantes do secundário e trabalhadores.

Durante as duas semanas de pausa letiva, em que estiveram abertas 700 escolas para acolher filhos de profissionais de serviços essenciais, foram realizados 12.800 testes rápidos, junto de professores e funcionários, com 25 a darem positivo (0,2%).

Segundo o Expresso, apesar de não ter avançado uma data, o ministro usou estes dados para sustentar que as escolas são um local seguro e que a prioridade é retomar o ensino presencial. Quando as escolas reabrirem, é quase certo que o regresso deverá começar pelos mais novos e que haverá testes feitos de forma mais regular.

Os partidos da oposição confrontaram o ministro com os problemas do ensino à distância, como a “falta de preparação”, a falta de computadores face ao inicialmente prometido, a tarifa social de Internet atrasada, as escolas que replicam os horários como se os alunos estivessem em sala de aula ou os professores sem meios para o ensino à distância.

Apesar de ter admitido as falhas, Brandão Rodrigues garantiu que “estamos inegavelmente melhor agora do que no ano passado“.

O Bloco, o PAN e o PCP pediram um reajustamento à extensão dos programas, dos horários e da avaliação dos alunos, incluindo a eliminação dos exames do 9º ano. Contudo, o ministro garantiu já ter dado orientações sobre as aprendizagens essenciais que têm de ser feitas e avaliação externa “em coerência”, deixando apenas para os exames do secundário ajustamentos mais profundos.

A 1ª fase já foi adiada para julho e a 2ª fase para setembro. Além disso, os alunos só devem realizar os exames nacionais exigidos nos cursos superiores aos quais queiram concorrer, uma solução também adotada no ano passado.

Aumentar funcionários no 1.º ciclo

O ministro da Educação indicou ainda que a revisão da portaria de rácios, que vai permitir a contratação de dois mil funcionários para as escolas, pretende reforçar o número de assistentes operacionais nos estabelecimentos do 1.º ciclo. “Queremos reforçar o número de assistentes operacionais no 1.º ciclo, algo que tem sido apontado como uma preocupação”, disse Tiago Brandão Rodrigues.

A revisão da portaria de rácios, que já tinha sido noticiada na semana passada, vai permitir a contratação de mais dois mil não-docentes, alguns dos quais para o 1.º ciclo. Além desse critério, o Governo pretende também que cada agrupamento de escolas tenha um assistente técnico exclusivamente dedicado ao plano de transição digital.

A revisão do documento que define o número de auxiliares que cada escola tem de ter vai ainda permitir o aumento do número de assistentes operacionais que apoiam as residências escolares, nas escolas de referência para a educação bilingue e do domínio da visão, e naquelas onde os pavilhões desportivos estão localizados fora das instalações.

“Essa é a nossa proposta e obviamente que estamos a ultimar a portaria de rácios para poder ser publicada e aí lançar este novo concurso de dois mil assistentes operacionais para podermos efetivamente cumprir o Orçamento do Estado para 2021″, afirmou.

Brandão Rodrigues respondia à deputada comunista Ana Mesquita, que questionou “quando chegam todos os trabalhadores que estão em falta às escolas”, argumentando que esses funcionários são necessários para “ser sequer possível planear o regresso em segurança”.

Depois de explicar os critérios da nova portaria de rácios, o ministro da Educação continuou considerando que, nessa área em concreto, o executivo tem trabalhado para reforçar consecutivamente o trabalho de assistentes.

“Os números do INE [Instituto Nacional de Estatística] são incontornáveis e dizem que só no mundo da Educação temos mais 33 mil empregos criados e que entre docentes e não docentes temos um número muito significativo de crescimento”, referiu, acrescentando que dessa forma o Governo fez “uma inversão completa daquilo que vinha a acontecer”.

Liliana Malainho, ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Claro que sim!
    Basta apresentar os resultados que vos der jeito!
    Aqui há gato e ainda não descobri porque é que dá jeito a este ministro ter a as escolas abertas!
    Para além da obvia falta de respeito para com a saúde dos professores e alunos há algo mais!

  2. Pois é… Fecharam as escolas e o número de infectados baixou muito significativamente… Se calhar era melhor reabrir já as escolas, afinal não é significativo o número de infetados, fazendo os testes a todos estamos totalmente seguros.

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