De 100 candidaturas às presidenciais da Tunísia, apenas 26 foram aprovadas

Vinte e seis candidaturas foram consideradas como válidas para disputar as eleições presidenciais antecipadas na Tunísia agendadas para 15 de setembro, divulgou esta quarta-feira a comissão de eleições local, informando ainda que outras 71 candidaturas foram rejeitadas.

As candidaturas rejeitadas poderão ainda recorrer da decisão a partir desta quinta-feira (dia 15 de agosto), explicou o presidente da comissão de eleições tunisina (Isie, na sigla em francês), Nabil Baffoun, numa conferência de imprensa, avançando que a lista final de candidatos ao escrutínio presidencial será conhecida a 31 de agosto.

Entre as candidaturas rejeitadas está a do advogado Mounir Baatour, que se apresenta como um defensor dos direitos LGBTI (pessoas lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexuais) embora seja contestado dentro da própria comunidade.

A candidatura presidencial de Mounir Baatour, que assumiu publicamente ser homossexual, seria a primeira de uma pessoa com esta orientação sexual na história da Tunísia e do mundo árabe.

Com a primeira volta das presidenciais agendada para 15 de setembro, o período de campanha eleitoral vai decorrer entre os dias 2 e 13 do mesmo mês. Inicialmente prevista para o fim do ano, a eleição presidencial foi antecipada por causa da morte do chefe de Estado tunisino Béji Caïd Essebsi no passado mês de julho.

O primeiro Presidente democraticamente eleito em 2014, três anos após a queda de Zine el Abidine Ben Ali, Béji Caïd Essebsi, de 92 anos, morreu no dia 25 de julho, alguns meses antes do fim do seu mandato, após ter sido hospitalizado nos cuidados intensivos. O presidente do Parlamento, Mohamed Ennaceur, assegura atualmente a liderança interina do país.

País pioneiro da vaga de protestos que abalou vários países do mundo árabe em 2011, conhecida como “Primavera Árabe”, a Tunísia conseguiu traçar nos últimos anos um caminho para a democratização.

O futuro escrutínio presidencial, bem como as legislativas previstas para o outono, são encaradas como novos testes a esta jovem democracia, que ainda enfrenta dificuldades económicas e sociais significativas.

ZAP // Lusa

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