O Presidente da Tunísia, Béji Caïd Essebsi, de 92 anos, morreu esta quinta-feira, após ter sido hospitalizado nos cuidados intensivos há algumas horas, anunciou a Presidência tunisina na sua página na rede social Facebook.
Essebsi tinha sido admitido num hospital militar na quarta-feira, no entanto é desconhecido qual o motivo do internamento. Já o mês passado, tinha recebido tratamento hospitalar com o que foi descrito pelos responsáveis governamentais como uma “severa crise de saúde”.
Béji Caïd Essebsi era o presidente em funções mais velho do mundo e ganhou as primeiras eleições livres da Tunísia em 2014 depois das revoluções da Primavera Árabe na região. O primeiro Presidente democraticamente eleito em 2014, três anos após a queda de Zine el Abidine Ben Ali.
Serviu como primeiro-ministro de 27 de fevereiro a 24 de dezembro de 2011, após a renúncia de Mohamed Ghannouchi, no contexto da revolução que depôs o presidente Ben Ali, tendo sido sucedido por Hamadi Jebali após a realização de eleições.
Em 22 de dezembro de 2014, os resultados oficiais das eleições presidenciais mostraram que Essebsi venceu o seu candidato rival Moncef Marzouki por 55,68% dos votos na primeira eleição presidencial da Tunísia após a Revolução de Jasmim, em 2011. Após do encerramento das urnas no dia anterior, Essebsi disse na televisão local que dedicava a sua vitória aos “mártires da Tunísia”.
No início deste ano anunciou que não ia concorrer às eleições presidenciais marcadas para novembro, tendo morrido apenas alguns meses antes do fim do seu mandato.
A notícia da morte de Essebsi surge numa altura em que a Tunísia está mergulhada num conflito político em torno da aprovação da nova lei eleitoral. De acordo com a Constituição tunisina, o presidente do Parlamento vai assumir a Presidência num período entre 45 e 90 dias, até à organização de eleições.
ZAP // Lusa