“Portugal é o seu povo”. Governantes pelo Mundo a celebrar o 10 de Junho

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Hugo Delgado / Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Braga

O Presidente da República manteve o padrão de celebração do Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, neste segundo mandato, avança a Lusa.

Marcelo Rebelo de Sousa já começou as celebrações em Braga e hoje parte ao encontro das comunidades portuguesas. Este ano vai a Londres onde, em dois dias, manterá contacto com os portugueses residentes na capital inglesa.

Marcelo vai ainda passar em Andorra, onde além de contactos com as autoridades locais também terá um encontro com a comunidade portuguesa residente.

O Presidente da República e o primeiro-ministro, António Costa, também estiveram juntos em Andorra, para participar na 27.ª Cimeira Ibero-Americana, no ano passado.

“Tenho a certeza que, se não for para o ano, ainda durante o atual mandato do Presidente da República seguramente iremos celebrar aqui em Andorra o nosso 10 de Junho. Celebraremos com a presença do Presidente da República e, espero, também com a minha própria presença”, disse, então, António Costa.

Em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa lançou um modelo de duplas comemorações do 10 de Junho, primeiro em Portugal e depois junto de comunidades portuguesas no estrangeiro. Para presidir às comemorações deste ano, Marcelo Rebelo de Sousa escolheu o constitucionalista Jorge Miranda, que é bracarense.

Jorge Miranda disse à TSF que se sentia honrado e sublinhou que Marcelo Rebelo de Sousa é “um amigo e colega de há muitos, muitos anos”.

“Hei-de chamar a atenção para a necessidade de não se confundir patriotismo com nacional populismo, como hoje há uma certa tendência para fazer.” O patriotismo, explicou o constitucionalista, “é o sentido de pátria, o sentido da história“, avançou ainda o bracarense sobre os discursos da celebração.

Ontem, em Braga, o Presidente defendeu a criação de um estatuto das Forças Armadas “ainda mais atrativo” para cativar os jovens a seguirem a carreira militar.

“[As Forças Armadas] são atrativas para os mais novos. É evidente que se for possível criar um estatuto à entrada ainda mais atrativo, mais atrativas serão”, referiu.

“Se o estatuto for acompanhando a prioridade que o Governo tem dito que é preciso fazer — e não é sozinho, todos os governos europeus estão a dizer o mesmo, todos os governos da NATO — no investimento nas Forças armadas, isso naturalmente torna-as mais atrativas ainda para os mais jovens”, acrescentou.

“Portugal é o seu povo”

“Portugal é o seu povo”, começou por sublinhar o chefe de Estado, em Braga, na que foi a sua sétima intervenção numa cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal.

“Se é verdade que os seus líderes encheram páginas da nossa história, foi o povo que morreu aos milhares na conquista do território, que ficou espalhado um pouco por todo o universo e deixou saudade, língua e alma das raízes”.

Sem o povo não haveria Portugal“, sublinhou.

Este ano servirá para “invocar o povo português”, acrescentou Marcelo, num discurso em que falou da Constituição de 1822, do renascimento de Timor-Leste em 2002 e da independência do Brasil.

“Portugueses, a unir tudo isto, o povo português, sempre o povo português. É povo com séculos de raízes. Mais povo que vive neste arquipélago e nos dois outros arquipélagos a quem devemos o nosso mar que é muito mais que a nossa terra!”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

“O povo que aprende e a reaprender a receber irmãos, depois e anos de ditadura, este povo que abraça outros povos, que abracei em Timor, que abraçarei no Brasil. Este povo que tão depressa e bem sonha”, declarou.

Na Avenida da Liberdade, em Braga, podem ver-se honras militares e uma homenagem aos mortos antes das intervenções e ainda um desfile das forças em parada e cumprimentos de antigos combatentes, segundo o ECO.

Governantes pelo Mundo no 10 de Junho

O governo vai estar fora, junto das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo nas comemorações do 10 de junho, segundo noticia a TSF.

Só na Oceânia é que não vai haver nenhum membro do governo português a comemorar o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Numa nota enviada à imprensa pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros dá conta de que, “após dois anos fortemente condicionados pela pandemia de Covid-19, (…) as celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas voltam, paulatinamente, a assinalar-se em moldes pré-2020“.

As celebrações vão decorrer nos quatro cantos do globo para “celebrar, em maior proximidade, a cultura e a língua portuguesa e a portugalidade, como forças inspiradoras e de projeção de Portugal no mundo”.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, que está atualmente em Nova Iorque, junsta-se hoje ao programa oficial em Braga e segue também para Londres.

Ainda nos Estados Unidos, o Ministro da Educação, João Costa, está em Boston, seguindo depois para Hudson e New Bedford, onde vai visitar várias escolas.

Mais a oeste, na Califórnia, estará presente o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz.

Na América do Sul, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, “estará três dias no Brasil, passando pelas cidades de Belo Horizonte e de Salvador da Baía, com um programa extenso, dedicado em predominância à cultura, nomeadamente evocando Camões”.

António Mendonça Mendes, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, vai marcar presença em Buenos Aires, na Argentina.

Já o secretário Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, assinala as comemorações em Tóquio, a capital japonesa.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, estará em Angola, onde o ponto alto das celebrações acontece na Escola Portuguesa de Luanda, junto da comunidade portuguesa, contando também com representantes das autoridades locais”, destaca ainda a nota do MNE.

Para Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura, ficou reservada a passagem para Cabo Verde, nomeadamente na cidade da Praia, onde participa na receção na Embaixada de Portugal, seguida de um concerto no Centro Cultural Português.

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, marca presença em São Tomé e Príncipe.

A ministra-Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, vai estar em Pretória, na África do Sul, e também em Joanesburgo este sábado.

Elvira Fortunato, ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, vai para Madrid, enquanto Fernando Medina, ministro das Finanças, passa o 10 de junho em Paris.

José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, “após a reunião do Conselho de Justiça e Assuntos Internos da UE participa nas celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas na embaixada” do Luxemburgo.

O Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, vai estar no Canadá a comemorar, onde tem na agenda as cidades de Toronto, Montreal e Otava.

A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, ficará em Portugal, à frente do Governo, de acordo com a lista de precedências.

Alice Carqueja, ZAP //

4 Comments

  1. “Portugal é o seu povo”. Absolutamente de acordo, mudam os tempos, monarquia, fascismo e “democracia” e o Povo continua o mesmo, razão porque não me queixe (muito…) dos governantes que esse Povo produz. Ou seja, Quem sai aos seus não degenera”.

  2. Não falou na Comunicação Social, na liberdade de imprensa.
    A tão desejada comunicação social livre, foi o maior bluff da Revolução dos Cravos, herdamos uma comunicação social viciada, que nunca Ousou pela sua independência, pela sua liberdade, os Portugueses pagam uma televisão e Rádio para não depender do capital privado,e poder assim ser livre,verdadeira,independente, mas consegue ser pior que a comunicação social dependente do capital privado,dos acionistas,dos Grupos de interesses, impedindo assim que os portugueses tenham comunicação social isenta, e verdadeira, serve tal e qual ou pior, os interesses de interesses, do sistema,dos grupos económicos e políticos, é a ordem dos médicos,dos enfermeiros os sindicatos,etc, não tendo um jornalismo que saiba o que é informar,o que é informação de serviço público, o que é isenção, não me recordo já há quantas décadas na comunicação social não existe uma reivindicação,um conflito de empresas, uma destabilização social, penso que é o único sector de atividade em que tudo está bem,quando devia ser o contrário, comunicação social livre precisa-se.

  3. Porque não comentou a falta de comunicação social livre e independente.
    Não falou na Comunicação Social, na liberdade de imprensa.
    A tão desejada comunicação social livre, foi o maior bluff da Revolução dos Cravos, herdamos uma comunicação social viciada, que nunca Ousou pela sua independência, pela sua liberdade, os Portugueses pagam uma televisão e Rádio para não depender do capital privado,e poder assim ser livre,verdadeira,independente, mas consegue ser pior que a comunicação social dependente do capital privado,dos acionistas,dos Grupos de interesses, impedindo assim que os portugueses tenham comunicação social isenta, e verdadeira, serve tal e qual ou pior, os interesses de interesses, do sistema,dos grupos económicos e políticos, é a ordem dos médicos,dos enfermeiros os sindicatos,etc, não tendo um jornalismo que saiba o que é informar,o que é informação de serviço público, o que é isenção, não me recordo já há quantas décadas na comunicação social não existe uma reivindicação,um conflito de empresas, uma destabilização social, penso que é o único sector de atividade em que tudo está bem,quando devia ser o contrário, comunicação social livre precisa-se.

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