O Comité Nobel norueguês anunciou esta sexta-feira que o o Nobel da Paz 2016 foi atribuído ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pelo acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
O Nobel da Paz foi atribuído a Juan Manuel Santos “pelos seus esforços resolutos para acabar com a guerra civil de mais de 50 anos no país” que custou a vida de mais de 220 mil pessoas e obrigou à deslocação de mais de seis milhões de cidadãos.
O comité norueguês afirma que a distinção a Juan Manuel Santos é também um tributo às vítimas da guerra no país.
As negociações de paz com a guerrilha marxista duraram quase quatro anos e o histórico acordo, assinado em 26 de setembro, prevê, entre mais de 150 pontos, prazos e locais para o desarmamento das guerrilhas, a desmobilização dos 5.765 combatentes e a conversão da guerrilha em movimento político legal.
Apesar de a constituição colombiana não exigir uma consulta ao eleitorado colombiano, o Presidente insistiu num plebiscito para dar “uma legitimidade maior” à paz, que classificou como “provavelmente a decisão de voto mais importante” que cada um dos colombianos teria de tomar em toda a sua vida.
Depois dos colombianos terem rejeitado o acordo de paz em referendo – o “Não” ganhou com 50,21% dos votos contra 49,78%, num escrutínio em que a abstenção atingiu os 62% -, o chefe de Estado prometeu não desistir e já tinha anunciado uma nova fase de diálogo.
“Solicitei a Humberto de la Calle, que confirmei como negociador chefe (…), que começasse discussões que nos permitam abordar todos os temas necessários para conduzir a um acordo e ao sonho de toda a Colômbia de acabar com a guerra com as FARC”, afirmou Santos, durante um discurso televisivo, transmitido na noite de segunda-feira.
Nos últimos anos, as instituições dominaram o Nobel da Paz, tendo arrecadado três dos últimos cinco galardões: em 2012 foi a vez da União Europeia, em 2013 da Organização para a Proibição das Armas Químicas e em 2015 do Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia.
Este ano havia 148 instituições entre os nomeados e a Save the Children era uma das favoritas à vitória. Sobretudo pelo seu trabalho com as crianças nos campos de refugiados na Síria e nos países vizinhos.
ZAP